Exposição de carros antigos de Dia dos Pais no Riverside


Mais uma vez (a anterior foi em janeiro de 2014), o Riverside Shopping abre espaço para as antiguidades que trazem lembranças da história dos automóveis do início dos anos 1930 até a década de 1990. São 32 exemplares com automóveis nacionais e importados desejados e carismáticos que estiveram expostos para os pais de todas as gerações se sentirem como nos velhos tempos.




O Volkswagen Fusca 1962 (com motor 1200) é um dos mais admirados entre crianças e mulheres, bem cuidado e trazendo o para-brisa condecorado com vários adesivos de participação em eventos de veículos antigos. O "VW Sedan" já estava consagrado no mercado brasileiro, e viria a viver seu auge (de versões e vendas) na década de 1970.




Representante da escola francesa de estilo, o Citroën Traction Avant 11 Légère (1950) trouxe várias inovações técnicas (foi o primeiro carro de estrutura monobloco, ao invés da carroceria sobre chassi, suspensão independente e tração dianteira) e preparou terreno para o também revolucionário DS a partir de 1955. 11 representa a capacidade cúbica do motor (1911 cm³), e Légère indica que seu entre-eixos, sem alongamentos, era o mesmo do 7CV.



O "Carro do Santo" Volvo P1800 S, de 1968, trazia formas tão equilibradas que servem de inspiração até hoje para a montadora, como ficou claro com a apresentação do Concept Coupe há exatamente dois anos, e que deve dar origem à futura geração do C70. S não indica "sport", como é comum nos esportivos, mas simplesmente Sverige (Suécia), pois a linha de montagem foi transferida para Gotemburgo em 1963. O motor 1.8 B18 de quatro cilindros rendia 115 cavalos, suficientes para levá-lo a 175 km/h.




De alguns anos para cá, os carros da Fiat começaram a adquirir o status de colecionável, como este impecável 147 L de 1978, Baseado no 127 italiano e com lançamento em 1976, o pequeno fabricado em Betim (MG) tinha bom aproveitamento do espaço interno e o econômico motor 1050 de 55 cavalos, combinado a um câmbio conhecido pela dureza nos engates.


Uma das réplicas mais admiradas dos MGs ingleses, o MP Lafer (1979) aliava a mecânica simples dos Volkswagen ao estilo clássico dos roadsters ingleses. O criador, Percival Lafer, curiosamente era do ramo de móveis e, ao ver o MG TD de um funcionário, resolveu empenhar-se no projeto do MP, que foi apresentado em 1974 e teve aproximadamente 4300 unidades fabricadas.


A Puma, que está retornando às pistas, foi representada por este exemplar do GTE 1975. Com chassi encurtado do Karmann-Ghia e motor 1500 refrigerado a ar de 60 cavalos (ou 70 cv com a carburação dupla Solex 40), o esportivo de fibra de vidro ostentava linhas inspiradas nos cupês europeus: o jeitinho brasileiro diante da proibição das importações automotivas.


Uma verdade inconveniente surge ao olhar com mais atenção este Jaguar XK120: apesar de todas as condecorações da grade e o cuidado aos detalhes, uma plaqueta no porta-luvas revela que se trata de uma réplica feita pela Americar, com o motor 4.1 6-cilindros de 163 cavalos que era utilizado no Chevrolet Omega. Ainda assim, conquistou atenção de muitas pessoas que visitavam a exposição.



A Rural Willys (1968), ao lado da Veraneio (que também esteve presente neste encontro), foi uma das opções para famílias numerosas durante as décadas de 1960 e 1970. A Willys acabara de ser vendida para a Ford, que a manteve em produção até 1977 sem muitas modificações. Trazia motor 2.6 de seis cilindros a gasolina - como opcional, podia vir equipada com o motor 3.0 do Itamaraty e tração nas quatro rodas.




De projeto praticamente igual ao norte-americano - entretanto, já defasado em 5 anos - o Aero-Willys apareceu em dose dupla: um de 1960 (preto) e outro de 1962 (vinho), este último com algumas modificações feitas naquele ano: friso lateral horizontal, calotas, bancos e maçaneta da tampa traseira. Em meados de 1963, chegava ao Brasil a segunda geração do Aero, com linhas mais retas e que pouco lembravam o sedan anterior.



O Mercedes-Benz 280S de 1969 pertence à série W114, que seria chamada de "Classe E" a partir de 1995. Como o nome indicava, o sedan trazia um motor 2.8, de seis cilindros em linha. Sua produção durou de 1968 a 1976 nas carrocerias sedã, cupê e limusine.



O Ford Corcel Luxo de 1972 era o modelo classudo da linha, com pneus de banda branca, frisos externos cromados e acabamento mais requintado; a carroceria duas-portas foi preferência nacional durante os anos 1970; seu motor 1.4 rendia 85 cavalos brutos.



O Ford Fairlane exposto, de 1963, é representante da quarta geração da linhagem produzida nos Estados Unidos e na Austrália. Seu motor 4.3 V8 (de 260 polegadas cúbicas, como indicado no emblema dianteiro) rendia 164 horsepower.



O Ford Maverick GT 1976 (modelo 77) trazia o motor V8 302 (pol³) de 197 cavalos que fazia do modelo um dos esportivos nacionais mais rápidos, mas na linha 1977 podia-se levar o GT com o motor 2.3 de quatro cilindros. Este exemplar recebeu modificações como teto solar e rodas BBS.



Já o Ford Super De Luxe (1946) começou sua vida sem nome, sendo conhecido até então apenas pelo seu ano de lançamento - 1941 - e teve a produção abortada com a intensificação da Segunda Guerra Mundial, ressurgindo em 1946. Os cinéfilos devem lembrar que a versão conversível deste modelo, na mesma cor preta, foi utilizado por Biff na trilogia De Volta Para o Futuro.


Modelo mais antigo da exposição, o Ford Modelo A 1930 foi a evolução natural do Modelo T; debaixo do capô trazia o motor 201 CID (3.3) de quatro cilindros de 41 cavalos combinado a um câmbio manual de 3 marchas (na Europa, o propulsor teve suas dimensões reduzidas e potência contida a 28 cv). Este modelo, com capota de tecido, trazia ainda o "banco da sogra", na parte externa do habitáculo.



Pertencente à terceira fase da primeira geração do Ford Mustang, o Mach I de 1971 ainda esbanjava a exuberância (em dimensões e motorização) dos muscle-cars norte-americanos: sempre com motor V8, a gama ia do Windsor 4.9 de 213 cavalos ao Super Cobra Jet de nada menos que 7 litros e 375 HP. O nome "Mach I" chegou a ser utilizado no Mustang de segunda geração (pacato e de dimensões reduzidas, tinha apenas 105 horsepower) e também entre 2003 e 2004.



O Ford Mustang Conversível 1968, também vermelho, pertence à primeira safra reestilizada do pony-car, com visual atualizado (sem descaracterizar significativamente o estilo original) e dimensões ampliadas. O painel "dual cockpit" e o emblema do cavalo a galope são marcas do Mustang conservadas até hoje, em sua sexta geração.



Já da época da música eletrônica (mais notavelmente o eurodance), o Chevrolet Kadett GSi Conversível de 1994 - último ano em que foi produzido - trazia o motor 2.0 com injeção eletrônica de 121 cavalos e capota acionada eletricamente, além do afamado quadro de instrumentos digital. As versões mais sofisticadas do Kadett foram tiradas de linha para evitar concorrência interna com o Astra belga, mas o modelo alinhado com a Opel saiu precocemente de linha com a disparada da alíquota de importação, e o Kadett sobreviveu ate 1998 com leves mudanças, apostando na relação custo-benefício.



Duas unidades do Chevrolet Opala Cupê estiveram presentes: 1979 (bege) e Comodoro 1986 (azul), que estruturalmente são o mesmo carro, embora visualmente cada um tenha sua personalidade: o primeiro ainda carrega os traços de meados dos anos 70, e na década seguinte, a sinuosidade das linhas laterais foi contida pelo desenho retilíneo de faróis, lanternas, frisos e para-choques. Nos anos 1980, o Comodoro ficava abaixo apenas do Diplomata na hierarquia de versões.



A terceira geração do Chevrolet Corvette, lançada em 1969, foi uma das mais longevas. Este exemplar de 1979 trazia motor 5.7 V8 de 230 horsepower a 5200 rpm e 38 kgfm de torque, aliado ao câmbio automático.




Imponente, o Chevrolet Impala 1960 é o que os americanos chamam de sedan full-size. Nascido em 1958 como uma versão do Bel-Air, ganhou carroceria própria no ano seguinte com influências aeronáuticas: os "flaps" frontais, as lanternas estilizadas como mísseis e as "barbatanas" traseiras. O nome até hoje é utilizado no sedã da GM mais luxuoso que o Malibu.


A Chevrolet Veraneio Deluxo de 1973 era a opção para passeios com até 9 pessoas e trazia faixas laterais, calotas, painel com aplique de jacarandá, acendedor de cigarros, rádio, para-choques com "garras" e revestimentos exclusivos. A produção desta geração durou até 1989, com poucas modificações.


Patriota, a Chevrolet Brasil 3100 (1962) era uma fusão da linha de picapes norte-americanas "Advanced Design" com a "Task Force" e inaugurou a linha de montagem da GM em 1958. Seu motor 4.3 "Jobmaster 261" de seis cilindros em linha seria adotado também em suas "irmãs" Alvorada (picape cabine dupla), Amazona (utilitário precursor da C-1416, ou Veraneio) e Corisco (furgão). No final de 1962, ganhou nova frente, com quatro faróis e grade reestilizada.


Carro-símbolo do evento, o Chevrolet Bel-Air esteve presente em dois exemplares, ambos de 1956, com duas portas (vermelho) e 4 portas (amarelo). Foi a geração mais prestigiada do modelo, produzida entre 1954 e 1957, com pequenas alterações em cada ano-modelo. Naquele ano, o cinto de segurança passou a ser oferecido como opcional - mas naquele ano, segundo pesquisa da Popular Mechanics, menos de 8% dos compradores levaram o item de segurança... há vários detalhes curiosos, como os caças estilizados no capô e a lanterna esquerda que se abre para o acesso ao tanque de combustível.



O Chevrolet Master iniciou sua carreira em 1933, com a versão Deluxe sendo apresentada em 1937 (este é um modelo 1938, com volante do lado direito). Produzido nos Estados Unidos e no Canadá, era impulsionado por um motor 3.4 de seis cilindros.


Em sua sétima geração, o Cadillac Eldorado (1974) conservava seu exuberante porte (5,70 metros de comprimento por 2,03 metros de largura) e trazendo enormes motores V8 - este exemplar traz o 8.4, o maior propulsor de oito cilindros em disposição de V produzido até então, que entregava 400 horsepower, aliado a um câmbio automático de 3 marchas. De 1975 em diante, o 7.0 rendia apenas 180 cavalos.


O Dodge Charger R/T 1975 foi um dos esportivos brasileiros mais desejados de sua época, baseado no Dart Cupê, porém com o estilo "badass" do modelo norte-americano, evidente nos faróis encobertos pela grade bipartida. Era movido pelo motor 5.2 V8 de 215 cavalos, que o levava a mais de 180 km/h. Foi produzido de 1970 a 1980, quando foi substituído pelo Magnum - um belo cupê, porém de pouco apelo esportivo.




Exemplar trazido dos Estados Unidos, o Dodge Dart Swinger 1970 é parente dos nossos modelos "A-Body". Lá, foi produzido de 1967 a 1976; Swinger era a designação para os modelos de duas portas. Em 1970, a reestilização abrangeu a frente (com dupla grade frontal integrada aos piscas e faróis) e a traseira (que foi encurtada e perdeu quase metade da capacidade do porta-malas). Naquele ano, passou a trazer o motor 3.2 "Slant-6", havendo ainda uma opção 5.6 V8.


E o Lincoln Continental Mark V de 1979 não nega as origens norte-americanas, honrando o apelido "banheira" - tinha 5,85 metros de comprimento por 2,02 metros de largura. A despeito do mercado dos EUA buscar modelos compactos e com eficiência no consumo de combustível, o Mark V foi o mais comercializado de todas as séries do Lincoln, com mais de 70 mil unidades anuais entre 1977 e 1979.



Na noite de domingo - já com bem menos carros expostos - houve o show da Banda Top Gun, com interpretações de músicas que foram sucesso nas décadas de 1980 e 1990: "The Final Countdown", "Rhythm of the Night", "What is Love?", "Take On Me" e "Girls Wanna Have Fun", foram alguns dos sucessos tocados no Riverside.




Comentários

Xracer disse…
Muito boa a cobertura e os comentários sobre os carros , muito obrigado !

Visite meu Blog também !

http://spinbrothers.blogspot.com

Obrigado !
Júlio Max disse…
Valeu Xracer, o blog The Spin Brothers está adicionado à lista de sites/blogs parceiros na barra lateral direita, rs. Um abraço, sucesso para você!
Olha só.. encontrei um multimarcas SP do jeitinho que procurava.