As atrações da Exposição de Carros Antigos - Maio Amarelo


Você já parou para imaginar que tipo de campanha de trânsito alertaria aos motoristas sobre a necessidade de evitar acidentes? Por mais que se fiscalize, é rotina vermos notícias de carros destroçados e tragédias familiares. Mas o Governo do Piauí resolveu despertar a paixão e o zelo pelos automóveis ao promover a Exposição Maio Amarelo, no Complexo da Ponte Estaiada Mestre Isidoro França. A exposição foi "dividida" em uma área reservada ao Clube do Carro Antigo do Piauí, e outra destinada ao Clube do Fusca do Piauí. Nacionais ou importados, os automóveis simbolizaram a linha de tempo do fim da década de 1940 até meados dos anos 1990.



O Willys-Overland Jeepster 1949 apareceu mais uma vez, após o encontro de clássicos no Riverside em janeiro de 2014 - é o modelo mais antigo desta mostra. A proposta do Jeepster era ser um veículo de lazer, em contraste com o Jeep de guerra, com capota retrátil e duas opções de motorização: L134 Go Devil (2.2 de quatro-cilindros) e L148 Lightning (2.4 de seis-cilindros em linha) mas durou apenas de 1948 a 1950, após pouco mais de 19 mil unidades fabricadas. Este é um dos 2960 Jeepsters que foram produzidos em 1949.



Versão mais esportiva no visual do que na mecânica, o Chevrolet Opala SS4 1976 aliava o visual com cara de poucos amigos ao motor 2.5 de quatro-cilindros com carburador Weber 446 e 98 cavalos líquidos (enquanto o SS6 4.1 rendia até 150 cavalos), sendo produzido entre 1974 e 1980.




Ele pode não ter idade para receber placa preta, mas um Chevrolet Kadett GSi Conversível neste estado de conservação é digno de elogios. Lançado em novembro de 1991, sua carroceria era enviada para a Bertone na Itália, onde era instalada a capota (de acionamento manual; só em 1993 veio a elétrica). Contava com motor 2.0 de 121 cavalos e trazia quadro de instrumentos digital, bancos Recaro. Este modelo é um dos últimos, ano/modelo 1994. Depois de seu fim de linha, a Chevrolet só veio oferecer um carro sem capota em 2014 (o Camaro Sunrise).




Os colecionadores estão olhando com mais carinho o Fiat 147, que nesta exposição teve dois representantes: C bege a álcool (acima, um dos últimos fabricados, de 1986) e L vermelho 1978, com placa preta. Os dois conseguem dar a dimensão do quanto o carrinho feito em Betim (MG) mudou ao longo de seus 10 anos de fabricação. O L, acima da versão básica, tinha uma cara brasileira, diferenciada do italiano 127 que lhe deu origem. Já a versão C, que era o modelo de entrada, faz parte da reestilização promovida em 1983.




Quem tinha alguma dificuldade para identificar os Ford Galaxie, LTD e Landau certamente tirou as dúvidas... Olhando a imagem acima, você consegue distinguir o Galaxie 500 do LTD? Se sim, parabéns de verdade; se não, nós ajudamos: o Galaxie surgiu no início de 1967 e é o de placa preta nestas fotos; o LTD foi lançado em 1968 como uma alternativa mais luxuosa, que incluía teto de vinil, grade exclusiva, revestimento das portas em madeira, descansa-braço no banco de trás e opção de câmbio automático. Em 1971 chegou o Landau, mais classudo - e que cinco anos mais tarde foi redesenhado, ficando igual ao modelo da foto abaixo, com motor 5.0 de 199 cavalos.

O Galaxie (placa preta) é de 1975; o LTD é modelo 1971, e o Landau azul, de 1981.


Cercado por muitos curiosos, o Ford Mustang Mach I de 1971 pertence à segunda geração do pony-car com mais performance. O modelo fez uma aparição no filme 007 - Os Diamantes São Eternos.



O Chevrolet Opala Cupê teve dois exemplares em exposição: 1979 (acima) e 1976, ambos com o estilo que perdurou entre 1974 e 1980, que se destacava pela grade com quatro seções e lanternas redondas. Um dos detalhes peculiares desta versão era a ausência da coluna central, um charme extra às suas linhas laterais. No Opala 1979, a cor do interior coincide com a tonalidade externa.



A Caravan Diplomata não estava exatamente em exposição - mas este exemplar de 1987 precisa apenas de retoques para, daqui a dois anos, ser reconhecida como carro de coleção.



A Ford Rural 1972 herdou as características do projeto Willys, aliando a boa capacidade fora-de-estrada ao conforto para transportar de seis a oito passageiros. Derivada da norte-americana Jeep Station Wagon, seu estilo frontal era exclusividade brasileira, com formas inspiradas na arquitetura moderna da então nova capital do País, Brasília. Podia ser equipada com motores 2.6 ou 3.0, ambos de seis cilindros e 90 cavalos. O Clube do Fusca utiliza uma picape F-75 como carro de apoio, ano 1975 e também azul, com detalhes brancos. A Rural foi produzida até 1977, enquanto a F-75 durou até 1981.



Adorada pelas grandes famílias e temida na época da ditadura militar (1964 - 1984), a Chevrolet Veraneio Deluxo 1973 é a versão completa, trazendo painel revestido em jacarandá, assoalho com carpete, garras dos para-choques, rádio de três faixas, calotas raiadas e espaço para até 9 pessoas. O motor 4.3 seis-cilindros a gasolina rendia 151 cavalos. Este estilo da frente - com a grade de barra horizontal e dois faróis, ao invés das quatro luzes da C-1416 - foi adotado entre 1972 e 1978.



O Dodge Dart (modelo 1971) iniciou sua carreira seguindo os passos do modelo norte-americano. Desde 1969 oferecido como sedã 5.2 V8 de 198 cavalos, naquele ano chegava ao Brasil o modelo cupê, uma variante menos nervosa do Charger. Na tampa traseira, uma miniatura do Dart da série Carros Inesquecíveis do Brasil adornava a tampa do porta-malas (pena que a frente do modelo em escala 1:43 é a do Gran Sedan...).




Já o Charger R/T foi exclusividade brasileira, construído com base no Dart Cupê entre 1971 e 1980. Aliava desempenho do motor "326" V8 de 215 cavalos a itens de conforto como direção hidráulica, bancos de couro e, como opcional, ar-condicionado. Na década de 1970, o Charger R/T foi um dos esportivos de série mais rápidos do Brasil. Foi indiretamente substituído pelo Dodge Magnum, um cupê de proposta mais luxuosa.





Herói norte-americano da Segunda Guerra Mundial, o Jeep Willys esteve presente emconfiguração militar. Rústico, o modelo 1966 ainda era produzido pela Willys-Overland do Brasil, que desde 1958 era fabricado nacionalmente. De 1968 a 1983, passou a ser fabricado pela Ford. O Renegade incorpora elementos de estilo do veterano, como os faróis redondos e os "X" nas lanternas, como os presentes no galão traseiro de gasolina. Seu conjunto mecânico era compartilhado com a Rural: motor seis-cilindros de 90 cavalos e câmbio manual de 3 marchas. O painel conta apenas com o essencial, com um pequeno quadro de instrumentos ao centro.




A Gurgel foi representada pelo nacionalista X12 TR. De bandeira do Brasil no teto e pintura amarela/caramelo, o fora-de-série ano 1986 com carroceria de fibra de vidro foi construído sob chassi próprio e utilizando o motor 1600 do Fusca, produzido de 1976 a 1995 com poucas alterações (a partir de 1988, passou a se chamar Tocantins).



Já o alemão Mercedes-Benz E 230 Coupé (C124) foi produzido de 1987 até o fim de 1996, sendo substituído pelo CLK (o E Coupé terminou por "ressucitar" em 2010). Este exemplar 1993/94 trazia motor 3.2 de seis cilindros em linha com 217 hp, tração traseira, espaço para 4 ocupantes e a clássica estrela de três pontas no capô, atualmente suprimida por questões de segurança em caso de atropelamento.



O Porsche 911 (Carrera 996) realizou uma aparição entre os primos distantes refrigerados a ar - confira mais imagens e informações sobre ele nesta postagem.



Volkswagens rebaixados também estiveram presentes: Santana, Voyage e Gol.


E o Fusca merece espaço à parte: o clube piauiense, que recentemente completou um ano de existência, realizou mais um encontro com dezenas de exemplares. Crianças e adultos se reuniam em torno dos besouros, seja mantendo as características originais, seja com modificações - confira as imagens de alguns deles:



 







Comentários