Os carros que deram adeus em 2014


No ano de 2014, perdemos grandes personalidades como Jair Rodrigues, Eduardo Campos, Plínio de Arruda, Roberto Gómez Bolaños, Robin Williams, Paulo Goulart, e no mundo automotivo não foi diferente: diversos automóveis deixaram de ser produzidos - uns de repente, outros com aviso prévio - e em alguns casos não tiveram substituição direta. Relembre agora os modelos que "faleceram" neste ano:


Chevrolet Agile (2009 - 2014): lançado há cinco anos como o primeiro carro da "nova GM" no Brasil após a crise econômica mundial, o Agile conquistou seu público com amplo espaço interno e diversos equipamentos. O hatchback nunca foi sucesso de crítica, tanto pelo visual de gosto duvidoso quanto pela plataforma reaproveitada do Corsa lançado em 1994. Em 2013, o Agile passou por uma reestilização que deixou sua frente mais atraente, mas nesta fase a Chevrolet não investia em sua publicidade, chegava a vender a versão LTZ por preços mais baixos que o Onix equivalente e as versões Easytronic e Effect nunca fizeram muito sucesso. Com vendas muito baixas, o Agile deixou de ser importado da Argentina, embora continue sendo produzido por lá. 



Chevrolet Sonic (2012 - 2014): importado do México a partir de meados de 2012, o Sonic já era destinado aos Estados Unidos e, apesar de trazer a plataforma GSV utilizada por Cobalt, Spin, Onix e Prisma, possuía sob o capô o inédito motor 1.6 16v Ecotec. Por serem caros, oferecerem menos espaço interno do que outros modelos (da Chevrolet, inclusive) e depois serem limitados por cotas de unidades importadas, hatch e sedan nunca fizeram sucesso no Brasil e deixaram de ser importados. Contudo, a GM não descarta a possibilidade de que voltem a ser oferecidos por aqui no futuro.


Citroën C4 Hatch (2009 - 2014): foi o último integrante da linha C4 a ser lançado no Brasil, após o hatch VTR, o sedan Pallas, a Grand C4 Picasso de sete lugares e a Picasso para cinco ocupantes. Trazia itens como volante de cubo central fixo, quadros de instrumentos digitais, atalhos no volante e, nas versões mais completas, teto solar e Parfum d'Ambiance. Mas quando chegou, já havia sido reestilizado na Europa; em 2010 foi apresentada a nova geração. Sem perspectiva de ser atualizado, o C4 Hatch foi abandonado pela Citroën - a última novidade foi apresentada há dois anos, a versão Competition. 


Fiat Sedici (2005 - 2014): produzido em joint-venture com a Suzuki na Hungria (dai a semelhança com o SX4 comercializado no Brasil), Sedici significa "16" em italiano, uma brincadeira com a multiplicação 4 x 4 (que também indica tração nas quatro rodas, embora o modelo também tivesse versões com tração dianteira). Sua última reestilização ocorreu em 2009 e, desde então, suas vendas minguaram. O modelo foi substituído na Itália pelo Fiat 500X.


Ford Fiesta RoCam (2002 - 2014): primeiro carro a ser produzido na planta de Camaçari (BA), o hatch lançado em maio de 2002 surpreendeu pelo visual moderno, alinhado com o Fiesta europeu; pelo bom espaço interno e ainda pela opção de motor 1.0 Supercharger, com 95 cavalos (só perdia para o Gol Turbo e seus 112 cv), porém decepcionava pelo acabamento interno que fazia o Fiesta antigo (que continuou sendo produzido com o sobrenome Street até 2006) parecer mais requintado. Em 2004 chegaram a carroceria Sedan e o motor 1.6 Flex - a motorização 1-litro só beberia gasolina e álcool dois anos depois. Em 2007 ocorreu a primeira reestilização, com modificações na frente e melhorias internas, acompanhada da versão "aventureira" Trail. No ano de 2010 houve outra intervenção estética, que dividiu opiniões. A partir daí, a Ford tanto acrescentou itens de série quanto reajustou para baixo seu preço: embora datado frente ao New Fiesta, mantinha seu bom custo-benefício. Pouco antes do lançamento do novo Ka, o RoCam deixou de ser produzido.


Mercedes-Benz SLS (2009 - 2014): o admirável superesportivo das portas asa-de-gaivota foi apresentado há cinco anos no Salão de Frankfurt (Alemanha), trazendo motor 6.3 V8 de 571 cavalos e 66,3 kgfm de torque. Ao longo de sua trajetória, diversas séries especiais e variantes foram apresentadas: AMG Desert Gold, Black Brid, E-CELL, GT3, Roadster, Ambulance, Black Matte Edition, GT, 45th Anniversary, Black Series... mas o fim foi anunciado em novembro do ano passado, e 350 unidades da série Final Edition foram produzidas. 


Peugeot Hoggar (2010 - 2014): enquanto a família 207 (Hatch, SW e Sedan) foi apresentada em 2008, a picape Hoggar (pronuncia-se "ogár") só chegaria dali a dois anos. Em termos de caçamba, tinha o maior volume (1151 litros) e também a maior capacidade de carga, de até 742 quilos. Mas, internamente, dispunha de pouco espaço e ergonomia ruim. A falta de confiabilidade popular da marca neste segmento e a falta de uma cabine estendida também jogaram conta a Hoggar, que chegava a vender menos que a veterana Ford Courier, esquecida desde 2000, mesmo contando com uma versão voltada ao trabalho (X-Line), outra "urbana" (XR, na foto acima) e a aventureira Escapade. 



Peugeot 207 Sedan (2008 - 2014): apresentado na época do Salão de São Paulo em 2008, o 207 Passion teve sua traseira desenhada pela Iran Khodro, responsável pela fabricação do 206 "esticado". Apesar de ser uma notável adaptação sobre o 206 Hatch (repare nas portas, inalteradas), o Passion era um dos poucos da categoria que trazia, como opcionais, airbags laterais e câmbio automático de quatro marchas. Entretanto, tinha um dos menores porta-malas do segmento (420 litros), a despeito de ser 37 centímetros mais longo que o 207. Com as vendas fracas, deu seu último suspiro com a série especial In Concert. Agora, resta apenas a carroceria hatchback do 207 nas concessionárias.  


Subaru Tribeca (2006 - 2014): lançado com o prenome B9, o Tribeca era uma aposta ousada da Subaru no segmento de utilitários esportivos de sete lugares; logo teve um redesenho frontal e passou a ser vendido no Brasil em 2009. Ninguém pode reclamar que foi pego desprevenido: ainda em janeiro de 2012 foi anunciado seu fim de linha nos Estados Unidos e na Austrália pela própria montadora.


Toyota Matrix (2002 - 2014): o crossover baseado no Corolla parou de ser vendido nos Estados Unidos e as últimas unidades da linha 2014 ainda podem ser encontradas no Canadá. Trata-se de uma roupagem mais esportiva do Corolla 2008-14, que fez sucesso nos EUA na década passada, mas ultimamente os baixos volumes de vendas não justificavam o investimento em uma nova geração. Outro modelo da Toyota que se despede do mercado norte-americano é o FJ Cruiser; contudo, ele continua sendo comercializado na Austrália e nos Emirados Árabes Unidos.


Volkswagen Eos (2005 - 2014): o cupê-conversível da VW foi diretamente baseado no Concept C, apresentado no Salão de Genebra (Suíça) de 2004. Com a boa recepção ao carro-conceito, o Eos virou realidade e chegou a ser importado para o Brasil a partir de 2009. Nos últimos anos, porém, o Eos competia internamente com o Golf Cabrio (e, nos EUA, com o Beetle Cabriolet). Este ano, foi apresentada a série "Final", com pacote completo de equipamentos ao preço de US$ 40 030.


Volkswagen Golf Plus (2004 - 2014): o modelo com ares de minivan baseado na quinta geração do Golf deu lugar este ano à Sportsvan. Curiosamente, o modelo trazia uma versão Cross, ao estilo aventureiro-urbano que tanto faz sucesso no mercado brasileiro.


Volkswagen Polo (2002 - 2014): quando foi lançado, há 12 anos, o Polo não se enquadrava nem entre os compactos (Corsa e Fiesta) tampouco entre os médios (Stilo e Astra): inaugurou o segmento dos compactos premium, que contaria com o Citroën C3 em 2003 e com o Fiat Punto em 2007. O VW trazia itens dignos de carros superiores, como ar-condicionado digital, direção eletro-hidráulica, amortecedor do capô... reestilizado em 2006, suas vendas aumentaram, mas com os anos foi perdendo fôlego (e itens de comodidade). Atualmente ainda é possível encontrá-lo nas concessionárias, mas sua produção foi encerrada no começo de dezembro, conforme apuração do site Autos Segredos. 

Adeus temporário

Alguns carros deixaram de ter unidades destinadas ao Brasil mas podem ser voltar a serem vendidos em nosso País. É o caso dos Hyundai Veloster e Sonata: está confirmado que o modelo de três portas volta ao mercado em 2015, na versão Turbo; o mesmo não se pode dizer do Sonata, que estreou nova geração e deve demorar mais a chegar, caso suas vendas sejam retomadas por aqui. O Peugeot 508, recentemente reestilizado na Europa, já não é mais importado (existe a possibilidade do sedan voltar a ser trazido com o novo visual ou parar de ser trazido, uma vez que mal faz sombra aos rivais alemães em vendas).

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