"Júlio, qual é aquele carro que tem o símbolo com três traços, do tamanho do Grand Vitara?", perguntou um primo. Fiquei pensando por um bom tempo na pergunta até avistar na Avenida Frei Serafim (uma das principais em Teresina, capital do Piauí) a primeira unidade do Lifan X60, de test-drive, com berrantes adesivos que fazem alusão à Copa do Mundo. A concessionária Holanda Autos, ainda sem muita divulgação, passou a operar recentemente na Avenida Barão de Gurguéia (a meio caminho entre as autorizadas Renault e Chevrolet do bairro Vermelha), e já negociou doze unidades do utilitário chinês literalmente montado no Uruguai e comercializado no Brasil desde 2013. A montadora chegou ao País em 2010, importando o sedan 620 e o hatch 320, sósia do MINI Cooper, e resolveu descontinuar a importação destes modelos, concentrando seus esforços no X60 e, mais recentemente, nos utilitários Foison.
Externamente, o estilo do Lifan agrada, sem ousadias como o EcoSport, o jeito esquisitão do Tiggo nem a profusão de traços retos do Duster. De acordo com funcionários, o modelo lembra o Hyundai Santa Fe (da geração anterior). Faróis e lanternas seguem a moda dos LEDs e os cromados estão presentes na grade, nas maçanetas e na moldura da tampa do porta-malas. Os retrovisores possuem grandes lentes das luzes de seta, embora grande parte delas seja apenas máscara. Rack de teto, rodas aro 16'', sensor de estacionamento traseiro e luzes de neblina também são itens de série, aliás, como tudo que está no interior.
Por dentro, o X60 ostenta um interior espaçoso, com diversos equipamentos. De cara, um grande ícone vermelho no alto do painel não apaga enquanto o motorista não afivelar o cinto de segurança. O quadro de instrumentos é despoluído e conta com informações analógicas (marcador de combustível, temperatura do motor e conta-giros) com velocímetro digital, hodômetro e indicador de portas abertas (mas, dependendo do ângulo que se olhe, pode haver certa confusão na leitura por conta da grande moldura do conta-giros). Há focos de luz em volta do tambor da chave de ignição e no acendedor de cigarros (sim, há um). Quem senta atrás desfruta de um descansa-braço com dois porta-copos, item raro no segmento, e tem bom espaço para cabeça e pernas, benefício da distância entre-eixos de 2,60 metros.
O X60 conta com direção hidráulica com regulagem de altura, ar-condicionado manual, bancos em material sintético (também presente nos painéis das portas), sistema multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas, entrada para dispositivos USB e cartão Micro SD, rádio AM/FM, MP3, GPS e comandos no volante, com qualidade da imagem de 1080p; câmera de ré, porta-óculos, espelhos nos para-sóis, luzes internas (frontal e central), alarme keyless, retrovisores com regulagem elétrica, faróis com acendimento automático, vidros elétricos e banco do motorista com regulagem de altura, item indisponível na linha 2013.
Em alguns detalhes, o acabamento revela sua identidade chinesa: a textura de algumas peças é bem simples, o extintor de incêndio fica aparente demais, a tampa traseira estava levemente desalinhada, três comandos abaixo do ar-condicionado não têm função e os cromados na carroceria estão em excesso.
O porta-malas comporta 405 litros (mais que o EcoSport, menos que o Duster) e possui uma cobertura retrátil, típica das peruas. Levantando-se a tampa rígida ao fundo, temos acesso a um kit de ferramentas e ao estepe, de mesmas especificações das outras rodas. Há uma fenda interna para facilitar o fechamento. Duro foi abrir a tampa: a alavanca, abaixo do friso cromado, já estava solta.
Apesar do estilo aventureiro, não há tração nas quatro rodas e os pneus 215/65 Continental são de uso urbano, ou seja, é o tipo de carro que no máximo encara uma estrada de terra. Seu motor 1.8 VVT, que rende 128 cavalos e 16,8 kgfm de torque (abastecido unicamente com gasolina) sente os 1330 quilos e possui desempenho mediano: aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e velocidade máxima de 170 km/h, segundo a (otimista) Lifan. O câmbio, como bem lembraram os amigos Fábio e Henrique, do Novidades Automotivas, recorda as picapes médias dos anos 1990, com engates longos e bem definidos. Pena que o freio de mão fique perto da alavanca.
No quesito segurança, o X60 traz o esperado: airbag duplo de único estágio (na China, possui também side-bags), freios a disco nas quatro rodas com ABS com EBD, cintos de segurança com pré-tensionadores e fixação de cadeirinhas ISOFIX. E, no C-NAP (crash-test realizado na China), obteve quatro das cinco estrelas possíveis (veja mais detalhes aqui).
O X60 conta com direção hidráulica com regulagem de altura, ar-condicionado manual, bancos em material sintético (também presente nos painéis das portas), sistema multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas, entrada para dispositivos USB e cartão Micro SD, rádio AM/FM, MP3, GPS e comandos no volante, com qualidade da imagem de 1080p; câmera de ré, porta-óculos, espelhos nos para-sóis, luzes internas (frontal e central), alarme keyless, retrovisores com regulagem elétrica, faróis com acendimento automático, vidros elétricos e banco do motorista com regulagem de altura, item indisponível na linha 2013.
Em alguns detalhes, o acabamento revela sua identidade chinesa: a textura de algumas peças é bem simples, o extintor de incêndio fica aparente demais, a tampa traseira estava levemente desalinhada, três comandos abaixo do ar-condicionado não têm função e os cromados na carroceria estão em excesso.
O porta-malas comporta 405 litros (mais que o EcoSport, menos que o Duster) e possui uma cobertura retrátil, típica das peruas. Levantando-se a tampa rígida ao fundo, temos acesso a um kit de ferramentas e ao estepe, de mesmas especificações das outras rodas. Há uma fenda interna para facilitar o fechamento. Duro foi abrir a tampa: a alavanca, abaixo do friso cromado, já estava solta.
Apesar do estilo aventureiro, não há tração nas quatro rodas e os pneus 215/65 Continental são de uso urbano, ou seja, é o tipo de carro que no máximo encara uma estrada de terra. Seu motor 1.8 VVT, que rende 128 cavalos e 16,8 kgfm de torque (abastecido unicamente com gasolina) sente os 1330 quilos e possui desempenho mediano: aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e velocidade máxima de 170 km/h, segundo a (otimista) Lifan. O câmbio, como bem lembraram os amigos Fábio e Henrique, do Novidades Automotivas, recorda as picapes médias dos anos 1990, com engates longos e bem definidos. Pena que o freio de mão fique perto da alavanca.
No quesito segurança, o X60 traz o esperado: airbag duplo de único estágio (na China, possui também side-bags), freios a disco nas quatro rodas com ABS com EBD, cintos de segurança com pré-tensionadores e fixação de cadeirinhas ISOFIX. E, no C-NAP (crash-test realizado na China), obteve quatro das cinco estrelas possíveis (veja mais detalhes aqui).
Esta unidade branca estava sendo oferecida ao preço de R$ 58 000, com emplacamento grátis (na teoria, esta promoção encerrou no dia 12) e seguro total grátis (seguradora Generali), com cobertura de um ano para colisão, incêndio, roubo, furto e incidentes com terceiros, com franquia de R$ 5500 e cobertura de R$ 50 mil para dados materiais e corporais. Além disso, a garantia é de cinco anos (embora seja limitada a 100 000 quilômetros). Recentemente houve um recall de unidades 2013/2013, por conta de falha no flexível do freio traseiro (mais detalhes aqui).
Há ainda a versão VIP, com teto solar. Por enquanto não há opção de câmbio automático, apreciado pelo público-alvo e presente como opcional no Chery Tiggo, no Ford EcoSport e no Renault Duster.
Nossa primeira impressão do Lifan X60 foi no geral boa, já distante dos primeiros chineses que chegaram ao mercado brasileiro, considerando o bom nível de equipamentos, o amplo espaço interno e o estilo ainda com ar de novidade. Mas a concorrência existe...
Ford EcoSport e Renault Duster, fabricados no Brasil, são os mais bem-sucedidos utilitários do segmento pequeno-médio. O Eco se destaca pela dirigibilidade comparável ao New Fiesta e pela grande quantidade de equipamentos disponíveis, embora tenha um histórico de inúmeras falhas de qualidade, especialmente na montagem da carroceria e no acabamento, além de preços extrapolando R$ 80 mil quando completo. Já o Duster é o maioral - no quesito espaço interno, diga-se - com porta-malas de 475 litros e distância entre-eixos de 2,67 metros, significativos 15 cm a mais que o Ford. Mas é um carro menos refinado, tendo disponível o antigo câmbio automático de quatro marchas da Scénic (em contraste com o moderno Powershift de seis marchas do Ford), isolamento acústico um tanto menos eficiente e uma posição de dirigir menos agradável. A versão mais barata da linha 2015 do EcoSport parte de R$ 62 990 e traz rodas de liga leve, retrovisores com piscas integrados, maçanetas externas pintadas, rack de teto, direção elétrica, ar-condicionado, vidros, travas e espelhos elétricos, sistema SYNC com comandos de voz, USB, Bluetooth e comandos de áudio no volante, freios ABS com EBD e airbag duplo. Já o Duster 1.6 mais barato custa R$ 54 850, com para-choques sem pintura e rodas de aço, mas trazendo ar-condicionado, direção hidráulica, travamento automático das portas a 6 km/h, abertura interna do tanque de combustível, vidros dianteiros elétricos, bolsas no verso dos bancos frontais, tomada 12 V, freios ABS e airbags frontais.
Só esperamos que a Lifan assuma definitivamente o compromisso de oferecer apoio aos donos do X60 e, quem sabe, apresentar no futuro uma versão aprimorada do modelo fabricada no Brasil.
Há ainda a versão VIP, com teto solar. Por enquanto não há opção de câmbio automático, apreciado pelo público-alvo e presente como opcional no Chery Tiggo, no Ford EcoSport e no Renault Duster.
Nossa primeira impressão do Lifan X60 foi no geral boa, já distante dos primeiros chineses que chegaram ao mercado brasileiro, considerando o bom nível de equipamentos, o amplo espaço interno e o estilo ainda com ar de novidade. Mas a concorrência existe...
Ford EcoSport e Renault Duster, fabricados no Brasil, são os mais bem-sucedidos utilitários do segmento pequeno-médio. O Eco se destaca pela dirigibilidade comparável ao New Fiesta e pela grande quantidade de equipamentos disponíveis, embora tenha um histórico de inúmeras falhas de qualidade, especialmente na montagem da carroceria e no acabamento, além de preços extrapolando R$ 80 mil quando completo. Já o Duster é o maioral - no quesito espaço interno, diga-se - com porta-malas de 475 litros e distância entre-eixos de 2,67 metros, significativos 15 cm a mais que o Ford. Mas é um carro menos refinado, tendo disponível o antigo câmbio automático de quatro marchas da Scénic (em contraste com o moderno Powershift de seis marchas do Ford), isolamento acústico um tanto menos eficiente e uma posição de dirigir menos agradável. A versão mais barata da linha 2015 do EcoSport parte de R$ 62 990 e traz rodas de liga leve, retrovisores com piscas integrados, maçanetas externas pintadas, rack de teto, direção elétrica, ar-condicionado, vidros, travas e espelhos elétricos, sistema SYNC com comandos de voz, USB, Bluetooth e comandos de áudio no volante, freios ABS com EBD e airbag duplo. Já o Duster 1.6 mais barato custa R$ 54 850, com para-choques sem pintura e rodas de aço, mas trazendo ar-condicionado, direção hidráulica, travamento automático das portas a 6 km/h, abertura interna do tanque de combustível, vidros dianteiros elétricos, bolsas no verso dos bancos frontais, tomada 12 V, freios ABS e airbags frontais.
Só esperamos que a Lifan assuma definitivamente o compromisso de oferecer apoio aos donos do X60 e, quem sabe, apresentar no futuro uma versão aprimorada do modelo fabricada no Brasil.
Comentários
Bom, bonito e Bem mais barato que os "brasileiros".
berrehulti
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