Depois de um primeiro semestre forte, 2013 terminou com números de venda acumulados inferiores a 2012 entre automóveis e veículos comerciais leves. Nos 17 segmentos em que a coluna divide o mercado interno, a liderança só mudou em dois: monovolumes pequenos e médios com ascensão de Spin e C4 Picasso, respectivamente.
Houve diferenças pequenas de percentuais de participação dos líderes entre compactos (Gol/Voyage), médio-compactos (Civic) e grandes (BMW Séries 5/6). Na categoria mais importante (hatches e sedãs compactos somados), o Gol completou 27 anos de liderança como modelo mais vendido, independentemente da ajuda da sua versão sedã, o Voyage.
Outros campeões de seus segmentos seguiram inabalados: Fusion, Panamera, SpaceFox, Strada, S10, EcoSport, Tucson/ix35, Hilux SW4, Pajero Full/Dakar e BMW Z4. O mercado também esvaziou, ainda mais, dois segmentos: stations e monovolumes médios que por terem baixa oferta de opções tendem a desaparecer do ranking da coluna.
Concorrência cada vez mais apertada indica duas tendências: novos itens de série disponibilizados sem repasse integral aos preços e garantia completa de três anos para a maioria das marcas. Curioso é o fato de a Fiat, líder de vendas, só agora oferecer três anos de garantia para motor e câmbio, quando a VW resolve estender esse prazo para o veículo inteiro.
Classificação que se segue segmenta a oferta por distância entre eixos, largura e, secundariamente, preço. A base é o percentual de emplacamentos nacionais de modelos mais representativos (hatches e sedãs somados). Paulo Garbossa, da ADK, compilou os dados seguindo os critérios da coluna.
Compactos: Gol/Voyage, 15,4%; Palio/Siena, 13,8%; Uno/Mille, 8,3%; Onix/Prisma, 8,2%; Fiesta hatch/sedã, 7,8%; HB20/X/S, 7,1%; Fox/CrossFox, 5,8%; Logan/Sandero, 5,6%; Classic, 4%; Celta, 3,3%; Etios hatch/sedã, 2,8%; Cobalt, 2,7%; Punto/Linea, 2,1%; March/Versa, 2%; 207/208, 1,6%; C3/DS3, 1,5%; Clio, 1,4%; Agile, 1,3%; City, 1,2%; Ka, 1,1%. Gol/Voyage pressionados.
Médio-compactos: Civic, 20%; Corolla, 18%; Cruze hatch/sedã, 16%; Golf/Jetta, 9,2%; Focus hatch/sedã, 9,1%; Peugeot 308/408, 5%; Fluence, 4,5%; C4/Pallas/DS4, 3,4%; i30/Elantra, 3,3%; Bravo, 3 %. Civic líder, apertado.
Médio-grandes: Fusion, 32%; BMW 3, 24%; Mercedes C, 16%; Azera, 7%. Fusion avançou mais.
Grandes: BMW 5/6, 29%; Mercedes E/CLS, 28%; Chrysler 300 C, 14%. Briga boa pela ponta.
Topo: Panamera, 29%; Equus, 18%; BMW 7, 15%. Panamera ainda tranquilo.
Stations: SpaceFox, 47%; Palio Weekend, 36%; Freemont/Journey, 14%. Segmento estagnado.
Monovolumes pequenos: Spin, 32%; Fit, 31%; Idea, 18%. Disputa equilibrada.
Monovolumes médios: C4 Picasso, 36%; J6, 31%; Mercedes B, 22%. Líder se firmou.
Picapes pequenas: Strada, 50%; Saveiro, 30%; Montana, 19%. Strada inabalável.
Picapes médias: S10, 30%; Hilux, 24%; Amarok, 13%. S10 mais uma vez.
Utilitários esporte compactos: EcoSport, 49%; Duster, 37%; TR4, 7%. Liderança de volta.
Utilitários esporte médio-compactos: Tucson/ix35, 31%; ASX, 12%; Sportage, 11%. Líderes tranquilos.
Utilitários esporte médio-grandes: Hilux SW4, 41%; Santa Fe, 13%; Trailblazer, 11%. Sem ameaças.
Utilitários esporte grandes: Pajero Full/Dakar, 43%; Edge, 21%; Discovery, 10%. Também não muda.
Esporte: BMW Z4, 40%; Boxster/Cayman, 29%; 911, 9%. Resultado consolidado.
Fotos | Rafael Susae e Júlio Max
RODA VIVA
NOVO up! chega em fevereiro e VW espera surpreender os concorrentes. Apostas indicam que o preço será igual ao do extinto Gol G4 de quatro portas (ainda à venda até o fim dos estoques) acrescido do custo de airbags e ABS. Isso significa algo em torno de, no máximo, R$ 28 mil na versão de entrada.
CONFORME esperado, Fiat manteve tradição do Mille e oferece o carro mais barato entre os produzidos no Brasil: Palio Fire, entre R$ 24.000 (2 portas) e R$ 26.000 (4 portas). Além de alterações cosméticas internas e externas e dos novos itens de segurança, teve garantia para componentes de motor e câmbio ampliada de um para três anos. Garantia total custaria por volta de R$ 500,00, se existisse.
ENTRE os pontos altos da sétima geração do Sentra (terceira no Brasil) está o acerto de suspensão bem melhor que o anterior. Houve cuidados com detalhes como maçanetas grandes e cromadas, plástico suave ao toque extensivo ao console central, GPS, câmera de ré e aerodinâmica melhorada (CX evoluiu de 0,34 para 0,29). Falta potência, mas a economia de combustível surpreende (apesar de maior, o carro pesa menos 33 kg) e pode rodar a 120 km/h a apenas 2.000 rpm. Preço-benefício dos melhores entre os japoneses do segmento.
CURIOSIDADE em relação ao novo Mustang. Em 1974, a primeira crise do petróleo levou a Ford a oferecer motor de 4 cilindros, 2,3 litros, de início aspirado e depois turbocompressor (ainda com carburador). Esse motor foi produzido no Brasil e largamente exportado para EUA, Europa e Argentina. O modelo atual estreia agora no Salão de Detroit e é o primeiro 4-cilindros, com turbo e injeção direta.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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