O que mudou no Chevrolet Agile 2014


O lançamento do Chevrolet Agile, em outubro de 2009, foi cercado de polêmicas. A primeira delas no quesito visual - a harmonia do carro-conceito GPiX não foi aplicada ao carro final, resultando num hatch de proporções pouco familiares até então. Além disso, sua plataforma adaptada da GM 4200 (utilizada por Celta e Classic) representava um retrocesso em relação ao Corsa. O ''contra-giros'', a tampa traseira que só abria inserindo a chave e o fundo do porta-malas que esquentava do lado esquerdo também foram criticados. Em 2012, o lançamento do Onix levou ao reposicionamento do Agile, que perdeu a versão LT, ganhou opção de câmbio automatizado Easytronic (ao lado) e mais itens na versão LTZ. Ainda assim a perda de terreno em vendas foi considerável. Agora, a Chevrolet promove uma reestilização leve na linha 2014, acompanhada da série especial Effect. As modificações seriam suficientes para levantar a moral do primeiro carro da ''Nova GM'' no Brasil?


A frente ganha faróis redesenhados (o contorno superior é o mesmo, porém as partes interna e inferior foram redesenhadas), grade menos exagerada e para-choque com nova grade, alojamento do farol de neblina e um friso preto de gosto discutível, que nas palavras da Chevrolet, amplia a sensação de largura, ''camuflado'' pela cor preta (sólida). As rodas, aro 16'', possuem belo desenho mas ainda parecem subdimensionadas para suas caixas de roda. Na traseira, mudaram as lanternas (parcialmente prateadas) e o para-choque com friso preto e refletores verticais. No conjunto, o design do Agile não chega a ser muito mais atraente que o modelo 2013, mas garante a ele um ar mais atual.


Internamente, a principal novidade é o volante com novo design e comandos do rádio e cruise-control (adotado pela primeira vez no Onix RS Concept, apresentado no Salão de Buenos Aires este ano). Os mostradores trazem iluminação permanente e novo grafismo. Para quem estranhou o rádio single-din com tela monocromática (enquanto diversos outros Chevrolet utilizam o MyLink), a explicação: o Agile precisaria de uma reforma tanto na arquitetura elétrica quanto no painel para receber a central multimídia, o que encareceria o projeto já datado. Assim, é oferecido de série um rádio CD/MP3/WMA player com Bluetooth e entradas auxiliar e USB. 



O Agile LTZ traz de série o pacote de equipamentos R9K, que inclui airbag duplo frontal, ar-condicionado, chave com controle remoto e abertura e fechamento automático dos vidros, alarme, limpador e desembaçador do vidro traseiro, destravamento automático das portas em caso de acidente, sensor crepuscular, faróis de neblina, travas elétricas, destravamento das portas, tampa traseira e portinhola de combustível por botão no console central, aviso luminoso de portas abertas, de revisão, de troca da pilha do controle remoto da chave e de lâmpada indicadora de direção queimada, freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), travamento automático das portas ao atingir 15 km/h, volante e banco do motorista reguláveis em altura, computador de bordo com consumo médio, consumo total, velocidade média, autonomia, temperatura externa e relógio, cruise-control, chave tipo canivete, direção hidráulica, iluminação no porta-luvas e no porta-malas, vidros elétricos nas 4 portas com dispositivo anti-esmagamento (os dianteiros abaixam um pouco ao abrir a porta), regulador de intensidade da iluminação dos instrumentos, alerta sonoro de faróis ligados, banco dianteiro passageiro com porta-revistas e banco traseiro bipartido. São diversos itens que agradam os consumidores que saem de carros mais populares, o que explica o relativo sucesso do Agile e, por conseguinte, sua continuação em linha. 



Os bancos acomodam bem o corpo, apenas das almofadas centrais darem a impressão de desconforto para as pernas. Outro ponto positivo é o porta-malas de 327 litros, superior à maioria dos hatchbacks deste segmento. Sua abertura é feita por um botão integrado à fechadura que tem ar de improviso, assim como o duplo porta-copos no assoalho, que não está bem posicionado.



O motor 1.4 Econo.Flex não recebeu modificações e continua rendendo 97 cavalos/13,2 kgfm de torque com gasolina e 102 cv/13,5 kgfm com etanol. Já o câmbio manual F1X (ao lado) ganha relações um pouco mais curtas e engates mais precisos. Curiosamente há uma alavanca na parte de baixo a ser empurrada para cima para acionar a ré. Como opcional, o câmbio automatizado Easytronic, de cinco marchas, traz paddle-shifts.

Segundo a Chevrolet, o Agile acelera de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos com etanol, número seis décimos melhor em relação à mesma aceleração utilizando gasolina. A velocidade máxima com etanol é 177 km/h (com gasolina, 172 km/h), números razoáveis que poderiam ser um pouco melhores com a adoção das modificações do 1.4 do Onix. Vale ressaltar que seu coeficiente aerodinâmico (0,38, contra 0,35 do Onix) e peso de 1076 quilos o desfavorecem em comparação com o hatch feito em Gravataí (RS). A carroceria tende a rolar acentuadamente em curvas em velocidades altas.

O Agile não consta na tabela de consumo do Inmetro. Na cidade, o modelo 2014 chega a 10,5 km/l com gasolina (com etanol, em média apenas 7 km/l).


A versão LTZ, com pintura sólida como o Agile das imagens, custa R$ 43 190. Na Black Friday, seu preço foi reduzido para R$ 39 700 (este preço pode ser negociado em algumas concessionárias). Com câmbio Easytronic, o preço sobe para R$ 45 690. Já a versão Effect (a esquerda), com decoração esportiva, custa R$ 45 140 com câmbio manual e R$ 47 640 com câmbio Easytronic. A título de curiosidade, na Argentina o preço de Agile e Onix LT 1.4 são parelhos (98 410 vs. 98 830 pesos). A garantia é de apenas um ano ou 10 mil quilômetros, muito pouco considerado que alguns concorrentes oferecem três anos. As cores disponíveis para o Agile são: Branco Summit, Preto, Vermelho Pepper, Vermelho Chilli (acima), Prata Switchblade, Azul Infinity, Azul Aquamarine (cor de lançamento), Bege Desert, Verde Lotus e Cinza Rusk.

Veredicto: apesar das modificações da linha 2014 garantirem a sobrevida do Agile, elas são insuficientes para destacá-lo no competitivo segmento de hatchbacks. Rivais como Fox, C3, 208, Punto e Fiesta (entre outros) oferecem mais equipamentos, segurança, motorização mais forte e modernidade, e até dentro da marca Chevrolet, Onix e Sonic Hatch são mais atraentes e recentes. Destacam-se no Agile o espaço interno, a posição de dirigir mais elevada e a grande quantidade de equipamentos de série, mas a simplicidade e os pontos negativos inalterados pesam mais em sua balança. Por enquanto sem publicidade, ainda se veem poucos Agile 2014 nas ruas. 

O Agile tirou...

Design_ 8,0
Espaço interno_ 8,5
Conforto_ 8,0
Acabamento_ 8,0
Equipamentos_ 7,0
Desempenho_ 7,5
Consumo_ 7,0
Custo-benefício_ 7,5

Nota Final_ 7,7

Comentários

Unknown disse…
AGILE FOI INOVADOR NÃO SEI POR QUE O POVO TANTO ODEIA O AGILE