Avaliação do Renault Fluence GT

O segmento de sedans médios esportivos ganhou alguns representantes nos últimos dois anos: VW Jetta TSI, Toyota Corolla XRS, Peugeot 408 THP e (o modelo que o Auto REALIDADE apresenta agora) Renault Fluence GT. Há diferenças notáveis entre os representantes dessa categoria: o Corolla XRS oferece visual exclusivo mas, além do 2.0 ser comum ao XEi/Altis, é equipado unicamente com câmbio automático de quatro marchas. O Jetta traz o 2.0 TSI de 211 cavalos, só que externamente e internamente não traz muitos diferenciais em relação ao Comfortline. Já o Fluence GT alia visual diferenciado a um motor turbinado, trazendo também uma grande lista de itens de série.

Externamente, é possível reconhecer o Fluence GT pelos para-choques mais esportivos, maçanetas e carcaças dos retrovisores externos na cor cinza, rodas aro 17'', um pequeno aerofólio na tampa do porta-malas e a assinatura Renault Sport na traseira. Há três opções de cores: o Preto Nacré das fotos, Vermelho Fogo e Branco Glacier (cor padrão, enquanto preto e vermelho acrescentam R$ 1250). O resultado é um belo design ao vivo, harmonioso e atual.

Por dentro, outros elementos ajudam a diferenciar o GT dos demais Fluence, embora o quadro de instrumentos digital, com velocímetro, marcadores de combustível, temperatura do motor e indicador de portas abertas, passou a ser adotado no Privilége com algumas modificações. As costuras vermelhas, a estampa GT nos encostos de cabeça dianteiros, as pedaleiras, os apliques em black piano, as soleiras Renault Sport e a manopla do câmbio são exclusivos da versão, que vem completa, trazendo ar-condicionado dual-zone com duas saídas para os passageiros de trás, direção elétrica progressiva, tela de cinco polegadas (fixada) com GPS, sistema de som CD/MP3/USB/Bluetooth, seis airbags, freios a disco nas quatro rodas com ABS, sistema de auxílio em frenagens de emergência (AFU), distribuição eletrônica da frenagem (EBD), controles de estabilidade (ESP) e de tração (ASR), faróis de xenônio com lavadores e acendimento automático, teto solar elétrico (tamanho convencional), partida por botão (sem ser necessário o uso da chave-cartão), trio elétrico e bancos de couro.

O espaço interno é bom para as pernas e justo para a cabeça. Todos os cinco ocupantes possuem cintos de três pontos e apoios de cabeça (há um descansa-braço no centro do banco de trás e uma elevação do assento, o que praticamente inviabiliza a permanência de um adulto ali). O porta-malas comporta ótimos 530 litros, embora não haja dobradiças pantográficas.

O motor 2.0 16v equipa o Mégane GT vendido na Europa e gera 180 cavalos @ 5500 rpm, com torque de 30,6 kgfm disponível a 2250 rotações por minuto. A Renault divulga que o Fluence GT vai de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos, chegando a 220 km/h de velocidade máxima. Um desempenho superado pelo Jetta TSI (R$ 86 290), mas que não deixa de ser interessante - com consumo na casa dos 9 km/l na cidade, com gasolina.

O Fluence GT custa R$ 82 090 na tabela (unidades 2013 negociáveis, com a introdução da linha 2014), diferença considerável do concorrente direto, o Peugeot 408 THP (R$ 73 990, sem pintura opcional). Assim como o Renault, traz um motor turbinado (neste caso um 1.6, o mesmo de 3008 e DS3, com 165 cavalos), câmbio de seis marchas (automático) e oferta de equipamentos é parecida, mas traz apenas rodas diferentes da versão Griffe). O Corolla XRS custa R$ 77 070, mas a nova geração chega em menos de um ano e o desempenho, além da lista de equipamentos, são inferiores. Uma das poucas coisas que desabona o GT é a reestilização do Fluence no exterior (veja aqui), que abrange grade, para-choque e rodas. Também é difícil de entender porque ele traz vareta de sustentação do capô, sendo que o Duster traz amortecedores.

Veredicto: Para quem deseja um esportivo na mecânica (não só visualmente) e exige uma longa lista de equipamentos, o Fluence GT é uma boa opção, a despeito das baixas vendas. Reúne o visual esportivo com o motor 2.0 de 180 cv e câmbio manual de 6 marchas, além de vários itens de segurança e comodidade. À primeira vista é caro em relação aos Fluence Dynamique e Privilège, mas vale o preço, se a intenção é ter um sedan médio com verve esportiva.