O Peugeot RCZ já não pode ser considerado um carro recente (foi apresentado no Salão de Paris de 2007 como carro-conceito, passou a ser produzido na Áustria pela Magna Steyr em 2010 e desde o final de 2011 é importado para o Brasil), mas inegavelmente continua atraindo olhares. Junto com o 308 CC e o 508, lançados em 2012, o RCZ compõe o time dos carros de imagem da Peugeot brasileira, que nem sempre estarão juntos num showroom e que são importados em pequenas quantidades. Entretanto, não faltam qualidades ao RCZ (no exterior, o modelo passou por uma reestilização, apresentada no Salão de Paris).
A começar pelo design que, apesar de já receber a modificação (que abrange a frente), permanece original e atrativo. O que destoa um pouco é justamente a frente, que lembra a do 308 anterior (não vendido no Brasil) - tanto é que em campanhas publicitárias e no site da Peugeot, a marca exibe a traseira (que, assim como a lateral, possui vários elementos interessantes, como os arcos prateados, a "bolha" do teto, as lanternas espichadas, as rodas aro 18'', a curva dos vidros laterais... Um alento da Peugeot em deixar o RCZ de produção bem parecido com o Concept Car original. Para deixar o visual mais limpo, o aerofólio fica embutido (podendo ser aberto com um botão ou armado automaticamente em dois estágios) e a tampa de combustível fica mais próxima da tampa do porta-malas.
Por dentro, a reação é um misto de alegria e um pouco de frustração. Vários elementos lembram que o RCZ é um esportivo: bancos que lembram os tipo concha, pedaleiras de alumínio, posição de dirigir baixa, relógio analógico... e volante, alavancas, comandos de som e ar-condicionado parecidos demais com o 308, que custa praticamente metade do preço. Ao invés de uma esperada central multimídia, a superada tela monocromática é a fonte de informações (o que fica ainda mais inaceitável com a chegada do 208 Allure - que traz tela touch-screen de sete polegadas de série). Entretanto, o RCZ compensa com uma vasta lista de itens de série: ar-condicionado dual-zone, direção eletro-hidráulica, banco do motorista com regulagens elétricas e três botões de memória das posições, CD Player com MP3, Bluetooth, USB, entrada auxiliar e áudio JBL com amplificador e seis alto-falantes; porta-luvas refrigerado, bancos com aquecimento, vidros elétricos antiesmagamento e sensores de estacionamento na frente e atrás. Em termos de segurança, conta com quatro airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, além de freios ABS com repartidor eletrônico de frenagem e sistema de frenagem de urgência.
O motor não é exclusivo do RCZ: este 1.6 Turbo High Pressure com injeção direta de gasolina equipa 308/408 na versão THP, além de 3008 e 508 (sem falar nos Citroën DS3, DS4 e DS5), mas a despeito da baixa cilindrada, são gerados 165 cavalos e 24,5 kgfm de torque @ baixas 1400 rpm. O reflexo é que o barulho do motor está mais para carro normal do que para esportivo. O câmbio é Tiptronic, mas conta com seis marchas, enquanto alguns modelos da Peugeot possuem apenas 4 marchas.
Segundo a Peugeot, o RCZ faz de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos, chegando a 218 km/h. Não chega a ser impressionante, mas proporciona desempenho interessante aliado a um consumo de carro urbano, fazendo cerca de 8,4 km/l na cidade e de 12 a 14,5 km/l na estrada.
Quase nenhum "candidato" a ter um RCZ ligaria para porta-malas, mas com 321 litros, chega a ser equivalente ao de alguns hatches médios. Além disso, atrás há dois pequenos assentos que, se não servirem para levar duas crianças pequenas, podem ser rebatidos e ampliar o espaço das malas para 639 litros.
Originalmente, o concorrente mais próximo do RCZ seria o Audi TT, mas nos quesitos de potência e refinamento fica um pouco abaixo da versão mais barata oferecida aqui do Audi, com 211 cavalos e preço de R$ 216 230. O RCZ custa menos, R$ 128 990, e cumpre muito bem seu papel de carro de imagem, embora na faixa de R$ 100 a 150 mil existam dezenas de outros carros que poderão fisgar (mais) sua atenção (incluindo o 308 CC, que pode ser transformado em conversível, possui a mesma mecânica e custa mil reais a menos).
O RCZ está disponível nas cores Branco Nacré (a mais cara, acrescentando R$ 2500 ao preço), Cinza Sidobre (cor do carro das imagens que, assim como as outras, sai por mais R$ 1500), Preto Perla Negra, Azul Tuanake e Vermelho Tourmaline (única cor, por assim dizer, gratuita).
Veredicto: O RCZ é um carro que mexe com o lado emocional e ainda possui exclusividade em nossas ruas. Consegue disputar olhares com outros carros de imagem dessa faixa de preço e diverte com seu motor 1.6 THP, trazendo um consumo bom. Seu interior não deve agradar a donos de 307, 308 e 408, por compartilharem diversos componentes, mas vem com diversos equipamentos de comodidade. Mas fica o dilema: levar o RCZ agora (que já está desatualizado em relação ao europeu) ou esperar pela reestilização controversa? Melhor esperar para ver o novo RCZ ao vivo, que traz rodas aro 19'' e central multimídia com tela de sete polegadas, como outros Peugeot já possuem.
Nota Final_ 9,0
Confira abaixo mais fotos do Peugeot RCZ!
Comentários
Quanto ao RCZ, eu vejo mais vantagens que desvantagens na questão do compartilhamento de peças com o 308, uma vez que, teoricamente, dá pra aproveitar os preços mais baixos e maior disponibilidade das peças, que na Peugeot é um problema antigo, principalmente com os importados europeus.
Quanto às cores, não acho que esse carro fique tão bem com as cores monocromáticas, mas tanto o azul quanto o vermelho nele ficam perfeitos.
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