Maior rigor com a qualidade do ar acaba de ser estabelecido pelo governo do Estado de São Paulo. Objetivo é monitorar, especialmente, a região metropolitana da capital paulista que se aproxima de 20 milhões de habitantes, inclui outros 38 municípios e frota real de 6,5 milhões de veículos (leves, pesados e motocicletas). Trocou-se o “termômetro” da poluição ao aproximar as concentrações máximas daquelas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conhecida pela severidade de posturas. Maioria dos países deixa de cumprir ou tem sua própria legislação.
Na realidade, a regulamentação ainda está 40% aquém da OMS, porém acima da recomendação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Aumentará o número de dias por ano em que a região enfrenta níveis de atenção, alerta e emergência (nesse, nunca entrou), com as respectivas providências. Ozônio é o principal poluente, mas seu nível de toxicidade não se compara ao monóxido de carbono, que se mantém abaixo dos limites.
Administração estadual, bem intencionada, falhou ao deixar em aberto o futuro e, principalmente, por ignorar veículos de municípios periféricos. Eles circulam livremente pela capital sem exigência de inspeção. Essa frota, mais envelhecida, exige controle. Basta seguir o novo esquema: primeira inspeção para veículos com três anos de uso, depois a cada dois anos e anual a partir de 10 anos de uso. Esse arranjo, incluindo inspeção de segurança, poderia se estender a todo o País. No Rio de Janeiro, por exemplo, periodicidade e metodologia fogem bastante de padrões de outros países: distorções evidentes do que se poderia chamar de inspeção técnica.
No recente seminário sobre emissões veiculares, organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, os palestrantes se empenharam em demonstrar os avanços que ainda podem ser alcançados. “Nosso ar pode ser melhor” foi enfoque deste ano. Apesar de boas intenções, infelizmente não se ouviram vozes suficientes a favor de que a racionalidade deve estar em um dos pratos dessa balança de interesses, que rege a preservação do meio ambiente.
Enquanto se apresentaram propostas objetivas, mais fáceis ou difíceis de programar, soou mal atribuir relevância ao tuning e seus “males” provocados à atmosfera. No caso, o impacto nas emissões totais por motores modificados é desprezível, no contexto geral. Por outro lado, a baixa efetividade da inspeção atual, sem rolos movidos pelas rodas (simula condições reais) não foi criticada, mas é melhor do que nada.
Por outro lado, seria bom adotar, como na Europa, consumo (ligado a emissões) em vez de cilindrada para definir impostos. Bem mais racional.
RODA VIVA
PLANOS ambiciosos da Fiat na nova fábrica de Pernambuco, prevista para final de 2014. A coluna antecipa o cronograma de início de produção (vendas, três meses depois). Janeiro de 2015: SUV compacto (projeto 338) e picape média (projeto 226), esta baseada na mesma arquitetura de médio-compacto que originou o Viaggio. Dezembro de 2015: dois modelos Jeep, um SUV compacto derivado do Fiat (projeto 520) e outro SUV (projeto 546), baseado na picape média.
MAIS Fiat: em janeiro de 2016, SUV médio-compacto (projeto XSU) sobre mesma base do projeto 546, da Jeep. O sedã médio-compacto Viaggio (projeto 343), sobre a versátil nova arquitetura que já originou o Dodge Dart, terá início de produção em maio de 2016. Não se contemplam produtos com marcas Chrysler e Dodge, entre seis modelos previstos. Jeep tem imagem mais forte.
NÚMEROS recordes de produção e vendas de veículos, em abril e no primeiro quadrimestre de 2013, sobre os mesmos períodos de 2012, devem-se em grande parte a uma base comparativa fraca no ano passado. Tanto que a Anfavea manteve sua previsões para o ano inalteradas. Nos 12 meses encerrados em abril, comercializaram-se 3,89 milhões de unidades.
PORSCHE 911 TURBO, em duas versões, estreia em setembro, no Salão de Frankfurt, mas a fábrica liberou informações. Destaques para motor de até 560 cv (Turbo S), aceleração de 0 a 100 km/h em 3, 1 s e um sensacional sistema de direcionamento do eixo traseiro que mudará o modo de conduzir – ou pilotar – o carro. Depois virão versões conversíveis.
TOYOTA acertou a mão na nova geração do RAV4. Totalmente reformulado, estilo refinado com rara precisão, motores de 2 litros/145 cv e 2,4 litros/179 cv, tração 4x2 e 4x4, dois tipos de câmbio automático, interior mais espaçoso, painel ousado e moderno, o SUV médio-compacto mostra dirigibilidade de automóvel. Preços de R$ 96.900 a R$ 119.900. Senão: tampa sobre o estepe (agora interno) gera ruídos.
MICHELIN captou que pneu “verde” (baixa resistência à rodagem) não é único atrativo para os motoristas. Novo Primacy 3 mostra desempenho destacado nas frenagens, em piso seco e molhado, e aderência maior em piso molhado, condição em que a marca francesa tem tradição. Ainda conseguiu 2% de redução no consumo de combustível.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).
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