Quem tem hoje cerca de 20 anos ou mais e gostava de jogos de carro deve se recordar do terceiro título de Need For Speed: era o Hot Pursuit, que trazia a fórmula já consagrada (carros dos sonhos + ricos informativos sobre eles + cenários exóticos), além da presença de polícia em algumas corridas. E mais: você poderia estar do lado da lei!
Para situar melhor você nessa época, assista ao “comparativo” entre o NFS II SE, lançado em 1997, e o NFS III, com o único carro comum a ambos: a Ferrari F355 F1 (sendo que no III só havia a opção Spider).
Apresentado em 11 de outubro de 1998, o NFS Hot Pursuit manteve os pontos positivos do antecessor II e ficou mais “pé-no-chão”, cortando a massiva presença de carros-conceito do game anterior. Contudo, os modelos ainda eram de sonho: a classe C, grupo dos modelos mais “fracos”, contava com Aston Martin DB7, Jaguar XK8 e Mercedes SL 600. Na outra ponta ficavam Lamborghini Diablo SV, Ferrari 550 Maranello e Mercedes CLK-GTR.
Para quem quer ficar por dentro de que carro está dirigindo, o NFS III oferecia galeria de imagens, visão em 360 graus do interior, além de uma breve história da montadora, dados de performance, motorização, peso...
Mesmo as cores presentes eram as disponíveis no catálogo real dos carros.
Mesmo as cores presentes eram as disponíveis no catálogo real dos carros.
As pistas ganhavam mapas detalhados, com indicações de mudanças de altitude e pontos de atenção, com a novidade que as pistas poderiam ser percorridas à noite e/ou com chuva (com direito a raios no céu).
Para auxiliar na visão, os carros possuem faróis baixos e altos.
Os cenários também ganhavam vida, com a presença de aviões, balões, placas iluminadas, entre outras coisas.
Para auxiliar na visão, os carros possuem faróis baixos e altos.
Os cenários também ganhavam vida, com a presença de aviões, balões, placas iluminadas, entre outras coisas.
NFS Hot Pursuit possui basicamente quatro modos de jogo, variantes das corridas do tipo Circuit (de 2, 4 ou 8 voltas)
Single Race: corrida contra oponentes virtuais. Além do carro, você pode configurar a pista. Não há recompensas pelas vitórias, mas é o modo ideal para se familiarizar com as reações do carro e com as características dos circuitos antes de competir para valer.
Hot Pursuit: você precisava ter cuidado para não ser multado três vezes, senão seria preso. Mas também era possível ser o policial, embora o único modelo inicial realmente atraente seja o Pursuit Corvette. Evitando ser preso em todas as corridas, ganhava-se o Pursuit El Niño (modelo criado especialmente para o jogo). Se o gamer resolvesse ficar do lado da lei e atingisse a cota de multas dadas, o prêmio era o Pursuit Diablo SV.
Existem três meios de prender um competidor: fazendo-o parar, fazendo a barreira de carros policiais ou jogando o “tapete de pregos”, que no jogo destrói até as rodas do competidor! Os carros da Ferrari e da Mercedes-Benz não estão disponíveis no modo Hot Pursuit.
Knockout: modo em que o último colocado em cada corrida de duas voltas era eliminado. Após as oito corridas, a recompensa era o circuito Empire City (no modo Beginner) e o mesmo circuito + o El Niño (no modo Expert).
Tournament: séries de corridas entre carros de mesma classe e circuitos pré-definidos, semelhante ao Single Race, mas com recompensas. Era composto de uma série de oito corridas, como o Knockout, mas vencia quem fosse o recordista em pontuação, ou seja, na prática poderia terminar algumas corridas em posições menos animadoras. Dois modelos eram desbloqueados: o Jaguar XJR-15 e o Mercedes CLK-GTR.
Havia também a opção de correr contra jogadores online (recurso desativado em 2003) ou entre duas pessoas no mesmo computador. Também era possível fazer o download de outros carros, oficiais ou não. A própria Eletronic Arts pôs modelos como Ferrari 456 GTA e Spectre R42.
Um facilitador para definir que carro deverá ser utilizado em cada corrida é o Car Compare, pois, em alguns percursos o comportamento dinâmico era mais exigido; em outros, a velocidade máxima.
Lista de modelos oficiais (PC Edition)
Aston Martin DB7: o melhor modelo para os inicantes da Classe C. O único possível fator de estranhamento é a direção à direita, como um legítimo britânico.
Chevrolet Corvette (C5): boa opção entre os modelos da classe B. Possui duas variações: o Pursuit Corvette e o ’98 Indy 500 Pace Car, disponível somente na versão vendida nas lojas Wal-Mart.
El Niño: modelo desenvolvido exclusivamente para o jogo (lembra um Hot Wheels, com suas rodas grandes e motor à mostra), desbloqueável e que esbanja força, mas tem comportamento abaixo do esperado nas curvas. O jogador precisa de tempo para se acostumar com as reações estranhas do El Niño. A estratégia de pôr modelos especialmente para o game veio do NFS II, que tinha Tombstone e Bomber BFS, mais próximos de modelos reais, e o exuberante FZR 2000.
O interior do El Niño é curioso, com um volante central com miolo de metal (numa época em que o airbag chegava aos carros mais simples) e diversas quinquilharias que hoje parecem low-tech.
O interior do El Niño é curioso, com um volante central com miolo de metal (numa época em que o airbag chegava aos carros mais simples) e diversas quinquilharias que hoje parecem low-tech.
Ferrari 355 F1 Spider: único modelo remanescente do NFS II, mas aqui ela está na versão conversível. No entanto, não podia se dirigir de capota aberta, algo possível na sequência High Stakes. Na versão de PlayStation, a 355 era a Berlinetta (cupê).
Ferrari 550 Maranello: representante da Ferrari na Classe A (a F50 presente no II voltou no High Stakes). Mas apresenta desempenho apenas mediano entre os carros do grupo.
Ford Falcon GT (versão australiana): apesar de ser um senhor carro na vida real, entre tantas feras presentes no game acaba sendo o pior carro de NFS III. Recomenda-se não pilotá-lo com câmbio automático (de 4 marchas), pois ele perde bastante nas retomadas de velocidade.
HSV VS GTS (versão australiana): outro modelo que possui seu brilho apagado no jogo. Possui só quatro marchas. É uma versão esportiva do Chevrolet Omega importado para o Brasil a partir de 1998.
Italdesign Scighiera: carro-conceito feito pelo mesmo estúdio responsável pelo Calà (1995) e Nazca C2 (1991), ambos presentes no NFS II. Pertence ao Grupo A e tem bom desempenho.
Jaguar XJR-15: modelo da Classe A desbloqueável ao se completar as oito corridas de quatro voltas do Tournament.
Jaguar XK8: um belo carro na vida real, sem dúvida. Mas, excetuando-se os australianos Falcon GT e HSV VS GTS, que não constam nas outras versões vendidas no resto do mundo, é o pior carro da Classe C.
Lamborghini Countach: o melhor modelo da Classe B. Curiosamente, seu “status” no Showcase era de produção, sendo que em 1998 ele havia saído de linha há muito tempo.
Lamborghini Diablo SV: um dos melhores modelos da Classe A, batendo o Lister Storm e o Mercedes CLK-GTR. Na época já se falava no Canto, o possível sucessor do Diablo, mas o projeto foi encerrado em prol do Murcièlago, que participou (junto com o Diablo da última safra) no NFS: Hot Pursuit 2 (2002).
Mercedes-Benz CLK-GTR (versão de competição): modelo desbloqueável ao se completar as oito corridas de quatro voltas do Tournament.
Mercedes-Benz SL600: carro para desfilar, pois possui um dos piores desempenhos da Classe C.
Spectre R42: carro oficial disponibilizado para download pela Eletronic Arts. A marca surgiu em 1995 para criar modelos de alto desempenho inspirados no Ford GT40, e em 1998 já era anunciado o segundo modelo, o R48. Mas a trajetória da Spectre encerrou pouco tempo depois.
Além disso, diversos outros modelos não-oficiais estão disponíveis para download, mas a maioria não tem Showcase, ou mesmo o painel.
Os menos experientes poderiam competir com uma série de ajudas dadas pelo game, como auxílio nas frenagens, reposicionamento em caso de capotagem, controle de tração, linha ideal (demarcada na pistas por cones) e navegação das corridas (o narrador lia as curvas e os pontos de atenção, o que deixava o NFS III parecendo um jogo de rally).
Um ano depois, em 1999, a série Need For Speed ganhava mais um título: o High Stakes. Trouxe muitos pontos positivos do Hot Pursuit e ganhou mais em realidade, especialmente pelo sistema de danos ao veículo. Mas essa história completa fica para outro post do “Memórias do Passado”...
Em alguns casos extremos, especialmente em capotagens ou batidas violentas, alguns carros podem pegar fogo!
O HSV VS GTS (modelo presente apenas na versão australiana de NFS III) possui parte do volante cortado e uma faixa colorida abaixo dele. Ato falho da equipe...
A versão de PlayStation tinha pistas exclusivas e o Nazca C2, carro-conceito que esteve na versão de computador do NFS II Special Edition.
Após selecionar o tipo de corrida e entrar no menu para configurá-la, aguardando cerca de um minuto inicia automaticamente um filme demonstrativo daquele tipo de corrida.
Até nos créditos a equipe do NFS III foi criativa, colocando “carteiras de motorista” descrevendo cada membro.
Pode-se dizer que você é o DJ da trilha sonora da corrida! E você faz isso com o carro! É que a trilha sonora (composta por Jeff Dyck, Alistair Hirst, Saki Kaskas, Traz Damji, Crispin Hands e Rom di Prisco) é adaptativa: a música começa num ritmo monolítico quando o carro está entre parado e cerca de 150 km/h – acima disso, a música ganha vida, e começa a variar caso você esteja perdendo ou invicto. E mais: quando a batida é muito forte, a música começa do início. Um recurso bem interessante!
Comentários
Grande post este ! Destrinchou muito bem o jogo, repleto de telas e comentários !
Muito bom mesmo, valeu !
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