Apresentado em primeira mão no NAIAS 2011, o Hyundai Veloster é a materialização de um concept-car que chegou com um estilo original e as famigeradas três portas: duas ao lado direito, uma para o motorista. Mas poucas vezes, em tão pouco tempo, um carro gerou tanta polêmica em torno de si. Agora, talvez você esteja recordando do “Caso Stilo”, que teve unidades com defeitos nos cubos de roda do eixo traseiro, ou do i30, que chegou ao Brasil bem mais caro/com menos itens do que era anunciado. As primeiras unidades do Veloster subiram de preço antes de chegar. Depois, a CAOA passou a cobrar mais pela... cor branca. E muitos se viram obrigados a levar essa tonalidade, menos austera do que as únicas disponíveis: preto e prata, além de dar um sinal de 10% do valor do carro (o que não era garantia de pronta entrega). Até surgiu em letras de funk, mais especificamente em músicas dos MCs Guime e Boy do Charmes. E algumas unidades chegaram aos donos sem equipamentos prometidos, como faróis com projetores, oito alto-falantes no sistema de som e oito airbags. Outra: o Veloster vinha declarado com 140 cavalos, como se o motor fosse o 1.6 GDI, mas não passa do DOHC de 128 cv. Para completar, o preço do Veloster teve um aumento considerável devido ao reajuste da alíquota do IPI para carros produzidos fora do eixo Mercosul-México. Mas esqueçamos por um tempo a curta história do Veloster (além de sua má fama) e tratemos do carro em si.
A Hyundai criou um carro que, admirado ou desprezado, não passa despercebido (se não estiver num bairro mais nobre...). Os faróis e lanternas alongados, as diversas curvas, vincos e formas arredondadas, conjugados a elementos curiosos, como a dupla saída central de escape, as rodas aro 18’’ com filetes na cor do carro, os LEDs, a antena tipo Shark, o aerofólio que corta a lateral: tudo isso atrai olhares bem demorados ao Veloster.
E por dentro também não há mesmice: o ambiente é adequado tanto a um passeio tranqüilo (e, como você verá logo mais, essa é a proposta mais adequada de condução ao Veloster...) quanto a uma volta em um autódromo. O volante, os intrumentos e os pedais são esportivos; o teto panorâmico, o câmbio automático e a central multimídia “neutralizam” o interior. Na versão completa, o Hyundai é equipado com volante multifuncional, ar-condicionado digital, botão de partida do motor, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), vidros e travas elétricas, com trava manual da porta traseira (adequada a crianças) e sensor antiesmagamento (apenas para janela do motorista), porta-óculos no teto, volante e bancos de couro com assento do motorista ajustável eletricamente, “piloto automático” (controlador de velocidade), atendimento de celular via Bluetooth utilizando teclas do volante, rede atrás dos bancos traseiros, apoio de braço na dianteira, entre outros itens. Parece muita coisa, mas muitos dos itens descritos são cobrados pelos consumidores para um carro nessa faixa de preço.
Entra-se pela porta do motorista como num carro convencional de duas portas (?), com boa posição ao volante e ergonomia aprovada. Apesar da porta do passageiro frontal ser menor, não há problemas de acesso. O mesmo não se pode afirmar da porta de trás. Apesar de ser aberta com facilidade, entrar é difícil (especialmente para quem tem 1,80 metro ou mais) e ficar não é agradável, apesar da visão do teto panorâmico (opcional) e dos dois porta-copos.
Os joelhos encostam no plástico duro atrás dos bancos da frente, e a cabeça não fica apoiada no encosto. Eu fiquei com o pescoço voltado para cima e a testa perto demais da tampa traseira. Só há um local pior do que o lado direito do banco de trás do Veloster: é o lado esquerdo. A sensação de claustrofobia é indisfarçável.
Pensando por outro lado, o Veloster definitivamente não foi pensado para transporte de passageiros, e o banco traseiro fica sendo apenas uma cordialidade para trajetos curtos. O porta-malas leva bons 440 litros, mais que o sedan Elantra.
Os joelhos encostam no plástico duro atrás dos bancos da frente, e a cabeça não fica apoiada no encosto. Eu fiquei com o pescoço voltado para cima e a testa perto demais da tampa traseira. Só há um local pior do que o lado direito do banco de trás do Veloster: é o lado esquerdo. A sensação de claustrofobia é indisfarçável.
Pensando por outro lado, o Veloster definitivamente não foi pensado para transporte de passageiros, e o banco traseiro fica sendo apenas uma cordialidade para trajetos curtos. O porta-malas leva bons 440 litros, mais que o sedan Elantra.
O motor do Veloster possui 140 cavalos na teoria, mais especificamente no documento de licenciamento. Mas, se o Veloster tem apenas três versões pelo mundo (1.6 DOHC de 128 cv, 1.6 GDI de 140 cv e 1.6 Turbo de 204 cv)... Bingo! Como o torque (16,1 mkgf) só aparece totalmente às 4850 rpm, exige pé pesado para desempenho apenas razoável, inferior ao de muitos sedans de peso e dimensões similares, com propostas bem menos esportivas. Ao menos o consumo é contido – cerca de 10 quilômetros por litro na cidade, com gasolina – o Veloster não é flex-fuel.
O preço varia muito de concessionária para concessionária e depende bastante dos itens opcionais, mas geralmente está acima da tabela. A FIPE registra como preço mais baixo R$ 72 900, e como maior preço R$ 83 900. A Smaff possuía duas unidades completas, uma branca e outra vermelha (os carros das fotos), cada um por R$ 97 000.
Veredicto: quem curte exibicionismo pode optar pelo Veloster - embora existam outras opções, como o Peugeot RCZ, o Range Rover Evoque... porém, estes dois são mais caros. Sem concorrentes no mercado nacional, o Hyundai se enquadra como hatchback medio. Mas o custo-benefício definitivamente não é seu ponto forte. Mas, como "carro-show", cumpre bem seu papel.
Nota Final
8,6
Bônus - Vídeo do Hyundai Veloster
O preço varia muito de concessionária para concessionária e depende bastante dos itens opcionais, mas geralmente está acima da tabela. A FIPE registra como preço mais baixo R$ 72 900, e como maior preço R$ 83 900. A Smaff possuía duas unidades completas, uma branca e outra vermelha (os carros das fotos), cada um por R$ 97 000.
Veredicto: quem curte exibicionismo pode optar pelo Veloster - embora existam outras opções, como o Peugeot RCZ, o Range Rover Evoque... porém, estes dois são mais caros. Sem concorrentes no mercado nacional, o Hyundai se enquadra como hatchback medio. Mas o custo-benefício definitivamente não é seu ponto forte. Mas, como "carro-show", cumpre bem seu papel.
Nota Final
8,6
Bônus - Vídeo do Hyundai Veloster
Comentários
Sim, porque pagar isso por um carro que não tem conteúdo para custar tanto e ainda vem com motor de compacto, com tantas opções mais interessantes nesta faixa de preço, é rasgar dinheiro mesmo.
ABRAÇOS.
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