Avaliação da nova Chevrolet S10

 

Quem chega de cara nova no mercado brasileiro - aliás, tudo novo - é a nova Chevrolet S10. A picape média líder de vendas desde o lançamento (1995) recebe uma remodelação completa, com tudo para encarar de frente as reestilizadas Hilux e L200 Triton, a recente Amarok, a Frontier de motor novo e a futura Ranger (que será apresentada no Brasil ainda no primeiro semestre). Mas, deixemos a concorrência de lado: vamos ver o que a nova S10 traz para o consumidor.

A Toyota Hilux definitivamente fez escola ao mudar em 2005, e se tornar a referência do segmento. A S10 passou por várias reestilizações sobre a mesma carroceria nestes 17 anos de carreira: em 1999 ganhou frente nova; em 2001, ficou mais "quadrada", com desenho mais musculoso; em 2005, teve a frente suavizada e em 2008 passou pela atualização mais mal-vista de sua trajetória, com vários elementos que poluíam o visual, como o falso scoop e o grande aplique de plástico na tampa da caçamba. Nos últimos anos, a picape vendia muito por ser uma opção mais em conta no segmento e por ter motor bicombustível. Só que há tempos, ter uma S10 não indicava mais possuir status. Felizmente, tudo mudou - e a velha S10 deixa de existir.

 

A frente, como você viu, possui os mesmos traços de outros GM locais e globais - Agile, Cobalt e Cruze são alguns exemplos. Mas na S10 o resultado agrada muito. E, apesar da semelhança da lateral com a Hilux, ao vivo a picape Chevrolet aparenta ser bem mais moderna, contrastando com a última mudança da picape Toyota, no final de 2011.

 

A S10 é a mesma picape Colorado vendida no exterior desde o ano passado. Durante a matéria, manteremos o foco na versão LT 4X4 2.8 Diesel (CTDI) cabine dupla automática, que provavelmente deverá ser a versão mais vendida do mix que abrange 12 combinações, mas falaremos também da versão LTZ (a S10 Branco Mahler das imagens). Infelizmente não tivemos acesso à versão LS, opção de entrada. Ela traz rodas de ferro, para-choques traseiros pretos, direção hidráulica e freios ABS (somente nas rodas de trás).

Versão LS cabine simples (Foto: Divulgação)

A S10 mudou totalmente também por dentro. O painel possui instrumentos agrupados em "binóculos" (cúpulas retangulares, como no Chevrolet Camaro). Infelizmente ela só tem os airbags frontais (mesmo na versão LTZ), que estão disponíveis desde a versão LT 4x2. Os comandos de ar-condicionado são iluminados pela cor "Ice Blue", típica dos Chevrolet atuais. Nas versões mais completas, há comandos no volante do câmbio automático e do sistema de som. E o espaço interno melhorou bastante. Só há o incômodo de não ter no que se apoiar para entrar na cabine na S10 LT.

A nova S10 possui duas opções de transmissão. A manual de cinco velocidades e a automática, de seis marchas com recurso Active Select (vem no pacote R7K, por R$ 5000 a mais). No mercado de picapes médias, o câmbio automático quase sempre é um item requisitado pelos consumidores. 

A versão LT possui algumas diferenças visuais em relação à LTZ. As rodas são aro 16'' (17'' na LTZ), com estilos diferentes (sempre com seis raios). Algumas partes (maçanetas, carcaças de retrovisores, molduras de faróis de neblina e para-choques traseiros na cor da carroceria (elas são cromadas na versão mais completa). Estribos e faróis com projetores estão na versão LTZ.

Piscas são de série a partir da versão LT

O motor 2.8 CTDI (Common-Rail Turbodiesel Injection), preparado para receber 10% de biodiesel no tanque, teoricamente seria o mais potente da categoria, não fosse a intervenção de última hora da Nissan sobre a Frontier, que pulou de 172 para 190 cavalos. Voltando à S10, são gerados 180 cv (um avanço de 40 cavalos em relação ao propulsor anterior, da MWM) e 47,9 kgfm de torque a 2000 rotações por minuto. A GM declara 180 km/h de velocidade máxima para o modelo Diesel. Durante o test-drive, observamos silêncio ao rodar e boa filtração das irregularidades do piso, mérito do ajuste da suspensão e dos pneus 245/70 (ou 255/65).

Mesmo o motor 2.4 FlexPower herdado da S10 antiga recebeu alterações. Manteve a potência máxima de 147 cavalos com etanol, mas pulou dos 21,9 kgfm de torque para 24,1.

E como vão as coisas na caçamba? Para abri-la, assim como o capô, é necessário uma força razoável (mais do que em concorrentes como a Frontier) e a capota marítima e o protetor de caçamba são itens acessórios. Mas pode levar até 1303 quilos (1201 com tração 4x4) e 1570 litros de bagagem, na versão cabine simples. A versão cabine dupla 2.8 4x4 tem menos pique para levar cargas: 1039 quilos e 1061 litros. Os preços partem de R$ 58 868 na versão LS cabine simples 2.4 sem opcionais, chegando a R$ 135 250 na versão LTZ 2.8 cabine dupla automática. A LT 2.8 4x4 cabine dupla sai por R$ 109 500 (R$ 10 600 a mais que a mesma versão com tração 4x2).

Veredicto: enfim a S10 se reinventou, e tem tudo para manter sua liderança em vendas. Atualmente, é uma das picapes médias de melhor custo-benefício do mercado. Claro que não podemos desconsiderar a nova Amarok com transmissão automática de oito velocidades, ou a nova geração da Ranger. Mas quem se encantou com o design atraente, o bom espaço interno, a ampla caçamba e o motor eficiente da nova S10 pode comprá-la sem ter receio de ter feito uma má compra.

Nota Final

9,2

GALERIA DE IMAGENS

Tração nas quatro rodas pode ser selecionada por um botão giratório no console, a até 120 km/h

Racks de teto suportam até 75 quilos

S10 LT possui rodas aro 16''...

...mas não possui lanternas compostas por LEDs

Bônus! Vídeo da avaliação da Chevrolet S10 2013

Agradecimento | Canadá Veículos