É chegada a hora de um resumo
geral do modelo...
Motor: compartilhado com o Renault Sandero, o 1.0 16V Flex Fuel de
74 cavalos se mostrou eficiente, embora se mostre um pouco mais barulhento que
o esperado em retomadas de velocidade. Com torque de 10 kgfm, enfrenta ladeiras
com tranqüilidade, mesmo com o ar-condicionado ligado. Não nos trouxe
preocupações durante esse período.
Acabamento: apesar do predomínio do plástico, não há rebarbas como
em outros populares, e as formas são mais interessantes do que em Gol G4, Celta
e Palio Fire, por exemplo. Relatamos sobre barulhos no bagagito quando o March
andava em ruas sem asfalto, mas o barulho cessou. Infelizmente, o Nissan
resolveu cair no clima de Carnaval e agora está rangendo o console central
(lembrando que as ruas de Teresina são, em grande maioria, de asfalto em
condições ruins).
Equipamentos: para quem esteve acostumado com um padrão baixo de
itens, o March 1.0S oferece equipamentos de comodidade: ar-condicionado,
direção ajustável em altura e elétrica (que se caracteriza pela leveza), duplo
air-bag (mesmo na versão mais básica), limpador do vidro traseiro, espelhos nos
dois para-sóis, vidros, travas (a partir de 15 km/h) e retrovisores elétricos,
alarme, desembaçador traseiro, cinco porta-copos, banco do motorista com
regulagem de altura, conta-giros, “computador de bordo”, abertura interna da
tampa do tanque de combustível, tomada 12 volts, entre outros itens. Nenhum
equipamento que encha os olhos, mas suficiente para a proposta do March.
Suspensão: está bem calibrada para o piso brasileiro. Lembra os
carros da Fiat por absorver bem os impactos entre o solo e os pneus, mas
transmite segurança em curvas acentuadas, embora com certa inclinação. A altura
em relação ao solo é boa. O March faz curvas em rotatórias sem sustos e transmite
menos vibrações do solo aos ocupantes do que a maioria dos populares do Brasil,
que possui a suspensão enrijecida para não comprometer a estabilidade.
Porta-malas: poderia ser um pouco maior, mas os 265 litros nos
foram suficientes para a maioria das situações. O banco traseiro não é
bipartido, ou seja, os três assentos traseiros ficarão inutilizados ao ter de
se levar mais bagagem ou objetos mais longos. A tampa traseira é um pouco
pesada, mas existe uma maçaneta para ajudar no seu deslocamento, diferentemente
do Fiat Uno, por exemplo. O estepe fica dentro do porta-malas, posição que o deixa
menos exposto a furtos e sujeira, mas que toma um espaço considerável dentro do
habitáculo. Bagagito, porta-malas e parte da tampa são revestidos por carpete.
Freios: possuem um modo estranho de eficiência, sendo que pisando
no pedal do freio até metade do seu curso não se faz muito efeito, mas do meio
até o final, atuam com vigor total. É necessário um tempo para se acostumar.
Exigido em algumas situações, os freios foram solícitos – o sistema ABS seria
muito bem-vindo (ainda mais se viesse com preço justo), mas por enquanto a
Nissan não os disponibiliza no March – e no seu sedan, o Versa, estão apenas na
versão SL.
Comandos: a direção é bem macia, esterça num raio curto e facilita
na hora de estacionar. As maçanetas internas e externas transmitem solidez.
Botões giratórios do ar-condicionado são um pouco duros. O câmbio possui
engates fáceis. Alavancas e botões estão bem posicionados. Único senão é que as
portas não destravam quando o carro é desligado – é preciso acionar um botão
central. Os vidros só sobem ou descem com a chave acionada em um estágio.
Espaço interno: ponto positivo do March, especialmente no quesito
altura. A cabeça, mesmo dos que possuem mais de 1,90 metro de altura, fica
longe de tocar o teto. O entre-eixos, beneficiado pela adoção das rodas o mais
próximo possível das extremidades do carro, possui 2,45 metros, suficientes
para uma pessoa de 1,80 metro de altura sentar atrás de outra de mesma altura.
Visibilidade: ponto forte – e fraco – do March. Os retrovisores
externos são de dimensões medianas, mas apresentam grandes pontos cegos. Colunas
“C” largas atrapalham um pouco. Vidros laterais são amplos e o vidro traseiro
tem sua visão auxiliada pelos encostos de cabeça removíveis em formato de
vírgula, que mesmo quando estão fixados ao banco podem ser abaixados ao nível
do encosto traseiro.
Consumo: a única serventia realmente interessante do computador de
bordo do March é a indicação do consumo instantâneo e do consumo médio. Quando
mais novo, o hatch não fazia mais do que 8,5 km/l; hoje, seu consumo urbano foi
de 11,9 km/l, com ar ligado e outros ocupantes durante a maior parte das
andanças e numa velocidade média variando entre 60 e 70 km/h, pouco inferior
aos 12,1 km/l, “recorde” obtido anteriormente. A autonomia, também indicada no
visor digital laranja, é reduzida por conta do tanque pequeno, de 41 litros (a
maioria dos compactos possui capacidade para mais de 50 litros).
Rede Autorizada Nissan: acostumada a lidar com modelos mais caros,
a Nissan precisa conquistar o público de um modelo popular, e se esforça para
isso – o March oferece três anos de garantia sem limite de quilometragem,
assistência 24 horas por dias anos e preços de revisões tabelados. A autorizada
Japan (já eleita a melhor concessionária Nissan do Brasil) realizou a revisão
dos 5000 quilômetros sem orçamentos fora do comprometido ou “empurroterapia”,
mas demorou três meses para fazer a instalação do alarme e não resolveu o
problema do para-lama, que fez o para-choque frontal se “desgrampear” do lado
esquerdo.
Bônus: porque o March tem essa cor tão sem graça?
Como um hatch moderninho e que
busca atrair os jovens, o March tem sete cores disponíveis. Branco Aspen, Cinza
Magnetic, Prata Classic, Preto Premium, Laranja Califórnia, Azul Egeu e
Vermelho Fuji são as opções para o hatch – que fica atraente em todas, menos no
prata... calma, há dois motivos para a escolha dessa cor. A primeira, mais
convincente, é que o prata é uma das cores que menos desvaloriza o carro. Por
esse raciocínio o preto poderia ser cotado, mas Teresina é muito – muito –
quente, e a cor acabaria esquentando mais a carroceria. Então, porque não foi
escolhido o branco? É que esta cor – a dos táxis de Teresina – acabaria
desvalorizando mais o March. Por aqui, as cores mais vistas para o March são cinza
e prata.
Sugestão de Alex Aguiar e Larissa Nahirny
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