Nissan March (5629 km totais)



É chegada a hora de um resumo geral do modelo...

Motor: compartilhado com o Renault Sandero, o 1.0 16V Flex Fuel de 74 cavalos se mostrou eficiente, embora se mostre um pouco mais barulhento que o esperado em retomadas de velocidade. Com torque de 10 kgfm, enfrenta ladeiras com tranqüilidade, mesmo com o ar-condicionado ligado. Não nos trouxe preocupações durante esse período.

Acabamento: apesar do predomínio do plástico, não há rebarbas como em outros populares, e as formas são mais interessantes do que em Gol G4, Celta e Palio Fire, por exemplo. Relatamos sobre barulhos no bagagito quando o March andava em ruas sem asfalto, mas o barulho cessou. Infelizmente, o Nissan resolveu cair no clima de Carnaval e agora está rangendo o console central (lembrando que as ruas de Teresina são, em grande maioria, de asfalto em condições ruins).

Equipamentos: para quem esteve acostumado com um padrão baixo de itens, o March 1.0S oferece equipamentos de comodidade: ar-condicionado, direção ajustável em altura e elétrica (que se caracteriza pela leveza), duplo air-bag (mesmo na versão mais básica), limpador do vidro traseiro, espelhos nos dois para-sóis, vidros, travas (a partir de 15 km/h) e retrovisores elétricos, alarme, desembaçador traseiro, cinco porta-copos, banco do motorista com regulagem de altura, conta-giros, “computador de bordo”, abertura interna da tampa do tanque de combustível, tomada 12 volts, entre outros itens. Nenhum equipamento que encha os olhos, mas suficiente para a proposta do March.


Suspensão: está bem calibrada para o piso brasileiro. Lembra os carros da Fiat por absorver bem os impactos entre o solo e os pneus, mas transmite segurança em curvas acentuadas, embora com certa inclinação. A altura em relação ao solo é boa. O March faz curvas em rotatórias sem sustos e transmite menos vibrações do solo aos ocupantes do que a maioria dos populares do Brasil, que possui a suspensão enrijecida para não comprometer a estabilidade.

Porta-malas: poderia ser um pouco maior, mas os 265 litros nos foram suficientes para a maioria das situações. O banco traseiro não é bipartido, ou seja, os três assentos traseiros ficarão inutilizados ao ter de se levar mais bagagem ou objetos mais longos. A tampa traseira é um pouco pesada, mas existe uma maçaneta para ajudar no seu deslocamento, diferentemente do Fiat Uno, por exemplo. O estepe fica dentro do porta-malas, posição que o deixa menos exposto a furtos e sujeira, mas que toma um espaço considerável dentro do habitáculo. Bagagito, porta-malas e parte da tampa são revestidos por carpete.

Freios: possuem um modo estranho de eficiência, sendo que pisando no pedal do freio até metade do seu curso não se faz muito efeito, mas do meio até o final, atuam com vigor total. É necessário um tempo para se acostumar. Exigido em algumas situações, os freios foram solícitos – o sistema ABS seria muito bem-vindo (ainda mais se viesse com preço justo), mas por enquanto a Nissan não os disponibiliza no March – e no seu sedan, o Versa, estão apenas na versão SL.


Comandos: a direção é bem macia, esterça num raio curto e facilita na hora de estacionar. As maçanetas internas e externas transmitem solidez. Botões giratórios do ar-condicionado são um pouco duros. O câmbio possui engates fáceis. Alavancas e botões estão bem posicionados. Único senão é que as portas não destravam quando o carro é desligado – é preciso acionar um botão central. Os vidros só sobem ou descem com a chave acionada em um estágio.

Espaço interno: ponto positivo do March, especialmente no quesito altura. A cabeça, mesmo dos que possuem mais de 1,90 metro de altura, fica longe de tocar o teto. O entre-eixos, beneficiado pela adoção das rodas o mais próximo possível das extremidades do carro, possui 2,45 metros, suficientes para uma pessoa de 1,80 metro de altura sentar atrás de outra de mesma altura.

Visibilidade: ponto forte – e fraco – do March. Os retrovisores externos são de dimensões medianas, mas apresentam grandes pontos cegos. Colunas “C” largas atrapalham um pouco. Vidros laterais são amplos e o vidro traseiro tem sua visão auxiliada pelos encostos de cabeça removíveis em formato de vírgula, que mesmo quando estão fixados ao banco podem ser abaixados ao nível do encosto traseiro.


Consumo: a única serventia realmente interessante do computador de bordo do March é a indicação do consumo instantâneo e do consumo médio. Quando mais novo, o hatch não fazia mais do que 8,5 km/l; hoje, seu consumo urbano foi de 11,9 km/l, com ar ligado e outros ocupantes durante a maior parte das andanças e numa velocidade média variando entre 60 e 70 km/h, pouco inferior aos 12,1 km/l, “recorde” obtido anteriormente. A autonomia, também indicada no visor digital laranja, é reduzida por conta do tanque pequeno, de 41 litros (a maioria dos compactos possui capacidade para mais de 50 litros).

Rede Autorizada Nissan: acostumada a lidar com modelos mais caros, a Nissan precisa conquistar o público de um modelo popular, e se esforça para isso – o March oferece três anos de garantia sem limite de quilometragem, assistência 24 horas por dias anos e preços de revisões tabelados. A autorizada Japan (já eleita a melhor concessionária Nissan do Brasil) realizou a revisão dos 5000 quilômetros sem orçamentos fora do comprometido ou “empurroterapia”, mas demorou três meses para fazer a instalação do alarme e não resolveu o problema do para-lama, que fez o para-choque frontal se “desgrampear” do lado esquerdo.

Bônus: porque o March tem essa cor tão sem graça?


Como um hatch moderninho e que busca atrair os jovens, o March tem sete cores disponíveis. Branco Aspen, Cinza Magnetic, Prata Classic, Preto Premium, Laranja Califórnia, Azul Egeu e Vermelho Fuji são as opções para o hatch – que fica atraente em todas, menos no prata... calma, há dois motivos para a escolha dessa cor. A primeira, mais convincente, é que o prata é uma das cores que menos desvaloriza o carro. Por esse raciocínio o preto poderia ser cotado, mas Teresina é muito – muito – quente, e a cor acabaria esquentando mais a carroceria. Então, porque não foi escolhido o branco? É que esta cor – a dos táxis de Teresina – acabaria desvalorizando mais o March. Por aqui, as cores mais vistas para o March são cinza e prata.

Sugestão de Alex Aguiar e Larissa Nahirny

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