Um dos nomes que dizem muito aos brasileiros é o do compacto Chevrolet Corsa. Resultado de um projeto Opel, sua primeira geração não foi oferecida no Brasil, mas nossa filial GM acertou em fabricar sua segunda geração (lançada na Europa em 1993) apenas 10 meses após seu surgimento, e por um preço acessível. O Corsa ainda deu origem a uma linha de modelos e se reinventou em 2002, com uma nova geração. Após o lançamento do Agile, vive seu período de ostracismo, mas segue como um dos modelos de melhor custo-benefício do mercado.
A primeira geração do Corsa (nome que significa “corrida” em italiano) foi lançada em outubro de 1982, para competir com os compactos, como VW Polo e Ford Fiesta. Foi produzido em carrocerias hatchback de duas ou quatro portas (a partir de 1985), e Saloon (sedan), também com opção de duas ou quatro portas. Começou com três opcões de motorização: 1.0 de 45 cavalos, 1.2 de 55 cavalos e 1.3 de 70 cv. Passou por uma re-estilização em 1987, com a alteração dos para-choques...
...e por outro face-lift em 1990, este último um pouco maior, estreitando os faróis e colocando o símbolo Opel sobre o capô, e não sobre a grade. O Corsa sempre foi cotado para ser vendido no Brasil, mas durante a década de 1980 a Chevrolet preferiu manter o Chevette Júnior como carro de entrada e renovar a linha pelas categorias superiores, com o Kadett, Omega e Suprema, e Vectra e Calibra.
Versão Saloon foi comercializada em alguns países |
A primeira geração do Corsa saiu de linha em fevereiro de 1993, dando lugar à nova geração, com design elaborado pelo japonês Hideo Kodama, que também participou da remodelação de 2000.
A segunda geração foi a primeira brasileira, lançada em 1993 na Europa e em março de 1994 no Brasil, substituindo o Chevette. A primeira versão foi a Wind, de 1.0 EFI (injeção eletrônica semelhante à Kadett e Ipanema), de 50 cavalos.
Era bem simples, sem pintura nos para-choques, frisos ou conta-giros e com rodas de aço sem calotas, mas conseguiu enfileirar pessoas dispostas por ele, mesmo antes do lançamento. No começo, pagar ágio não era garantia de recebimento do Corsa, que poderia levar mais de três meses para chegar às mãos do dono.
O painel se tornou a nova referência entre os compactos, oferecendo conforto e praticidade, como porta-objetos e instrumentos bem visíveis |
Ainda em 1994, duas novas versões do Corsa surgiram. O 1.4 GL tinha 60 cavalos e alguns diferenciais: calotas, frisos, conta-giros e o mostrador digital desmembrado do rádio, que informava temperatura externa, o horário e a data ou a emissora de rádio. Mais para o fim daquele ano chegava o esportivo GSI 16V, com para-choques pintados da cor do carro, aerofólio e spoilers, além do motor 1.6 de 108 cavalos, o que o tornava concorrente direto do Gol GTI, com seu AP 2000 de 109 cavalos.
Mas a alegria dos fãs durou pouco, pois foi comercializado por pouco mais de um ano, o que o torna como o mais colecionável dos Corsa.
Mas a alegria dos fãs durou pouco, pois foi comercializado por pouco mais de um ano, o que o torna como o mais colecionável dos Corsa.
A primeira derivação de carroceria surgiu em 1995: a Corsa Pick-up (acima), que tinha uma proposta mais voltada ao lazer do que para o trabalho, e que inaugurou o 1.6 EFI de 79 cavalos. No mesmo ano surgiu o Corsa hatch quatro-portas, que curiosamente tinha design traseiro diferente do modelo de duas portas a menos.
E no fim do ano era lançado o Corsa Sedan, que até hoje é fabricado com algumas alterações nestes 16 anos de trajetória, sob a nomenclatura Classic. Com injeção MPFI, o mesmo 1.6 Powertech da picape rendia 92 cv. Em abril de 1996, o hatch 1.4 EFI deixava de ser produzido para adotar o mesmo 1.6, e o 1.0 ganhava a injeção multipoint, o que lhe garantiu mais 10 cavalos.
E no fim do ano era lançado o Corsa Sedan, que até hoje é fabricado com algumas alterações nestes 16 anos de trajetória, sob a nomenclatura Classic. Com injeção MPFI, o mesmo 1.6 Powertech da picape rendia 92 cv. Em abril de 1996, o hatch 1.4 EFI deixava de ser produzido para adotar o mesmo 1.6, e o 1.0 ganhava a injeção multipoint, o que lhe garantiu mais 10 cavalos.
Em 1997 chegou o último integrante da família Corsa, a Wagon, que, apesar da traseira maior, levava menos bagagem que o sedan. No mesmo ano, o Sedan ganhou a opção de câmbio automático Aisin (mesma caixa do Vectra da época) de quatro velocidades e modos econômico e esportivo. Em 1998 a GM decidiu colocar o 1.0 no Sedan, tática pioneira e depois utilizada por outras montadoras. Já em 1999 podia-se optar pelo 1.0 16V, de 68 cavalos (oito a mais que o 1.0 8V). Sem falar que mais um membro da família Corsa era importado para o Brasil: o Tigra (1998-1999).
A linha Corsa 2000 chegou em meados de 1999 com alterações muito sutis. Para-choques, grade e capô mudaram. As lanternas ganharam saliências e o fundo do quadro de instrumentos mudou de cor (branco no Wind, azul no Super e GLS). E só. O face-lift não chegou a ser adotado na Europa, onde estava prestes a ser substituído pela terceira geração.
O Opel Corsa C foi lançado em 2000, com design dianteiro influenciado pelo Astra. Na traseira, lanternas posicionadas na coluna C, e mais espaço interno. A Chevrolet do Brasil demorou quase dois anos para adaptar o Corsa para o País, o que incluiu para-choques e grade dianteira redesenhados, cortes de custos (retirada das setas laterais e disponibilidade de apenas dois airbags como opcional, contra seis no modelo europeu) e adaptação dos motores 1.8 de 102 cv derivado do 1.6 Família I e do 1.0, que passou a adotar elevada de taxa de compressão e a render 71 cavalos (o “VHC” que chegou ao Celta meses depois).
A estréia do Novo Corsa (nome oficial) no Brasil se deu em abril de 2002, nas versões hatchback quatro-portas e sedan (desenvolvido para o País).
Trazia diversas inovações técnicas em relação ao modelo anterior, praticamente inalterado desde 1994, como a suspensão dianteira apoiada em subframes (absorvendo parcialmente vibrações do motor e dos contatos com o solo) e o sistema Autoclutch, de princípio semelhante ao Citymatic do Palio/Siena 1.0: também só era oferecido para os Corsa 1.0 e acionava a embreagem automaticamente, sem a necessidade do uso do pedal, mas exigindo a troca das marchas. E, se o condutor errasse o engate, dava-lhe bipes! O Autoclutch foi um fracasso de vendas.
Os Corsa mais caros - depois identificados pela versão Premium - tinham teto-solar disponível |
Trazia diversas inovações técnicas em relação ao modelo anterior, praticamente inalterado desde 1994, como a suspensão dianteira apoiada em subframes (absorvendo parcialmente vibrações do motor e dos contatos com o solo) e o sistema Autoclutch, de princípio semelhante ao Citymatic do Palio/Siena 1.0: também só era oferecido para os Corsa 1.0 e acionava a embreagem automaticamente, sem a necessidade do uso do pedal, mas exigindo a troca das marchas. E, se o condutor errasse o engate, dava-lhe bipes! O Autoclutch foi um fracasso de vendas.
Ainda em 2002 chegava mais uma derivada do Corsa, a minivan Meriva – que chegou no Brasil pouco antes de ser vendida na Europa, e teve alguns de seus traços antecipados pelo caro-conceito Sabiá (2001). Os destaques da Meriva eram o sistema Flexspace (transformando o banco de trás em um local mais cômodo) e a opção de um 1.8 16V de 122 cavalos, nunca utilizado por outros derivados da linha Corsa e abandonado em 2005.
A antiga linha Corsa, exceto o Classic, saía do catálogo – Wagon e hatch foram os primeiros a deixar a linha de produção, em 2001 e 2002, respectivamente. A Pick-Up resistiu até novembro de 2003, quando chegou a última derivada do Corsa C, a Montana. Em 2003, a linha equipada com motor 1.8 passou a ser FlexPower (abaixo) – a GM foi a segunda montadora a comercializar um motor que podia consumir etanol e gasolina em qualquer proporção, antecedida pelo VW Gol 1.6.
Em outubro chegava a picape da linha, a Montana (sua demora chegou a gerar boatos de que seria o Celta que ganharia caçamba). No exterior, houve ainda a derivação Combo, uma multivan no estilo do Fiat Doblò.
Em outubro chegava a picape da linha, a Montana (sua demora chegou a gerar boatos de que seria o Celta que ganharia caçamba). No exterior, houve ainda a derivação Combo, uma multivan no estilo do Fiat Doblò.
A linha Corsa teve poucas modificações no período 2003-2007, quando apenas as versões foram rearranjadas. O modelo básico passava a se chamar Joy (Conquest na Montana), evoluindo para Maxx na versão intermediária e terminando no topo-de-linha Premium (sendo que a Montana teve as versões Off-Road [até 2005] e Sport).
Em 2005, os modelos 1.0 se tornavam FlexPower e a GM apresentava Astra, Corsa (ambos em carroceria hatchback) e Meriva SS (Super Sport), modelos de produção dos sedans SS apresentados no Salão de São Paulo de 2004, mas que não tinham outros diferenciais fora a roupagem esportiva.
Em 2005, os modelos 1.0 se tornavam FlexPower e a GM apresentava Astra, Corsa (ambos em carroceria hatchback) e Meriva SS (Super Sport), modelos de produção dos sedans SS apresentados no Salão de São Paulo de 2004, mas que não tinham outros diferenciais fora a roupagem esportiva.
Em 2007, Corsa hatch, sedan e Montana ganhavam a opção do motor 1.4 Econo.Flex surgido um ano antes no Prisma. A mudança de propulsor marcou também uma leve mudança de estilo: o para-choque da linha ficava igual ao da Montana Sport; as lanternas do Sedan eram escurecidas e as do hatch passavam a ser incolores como as do SS. De novidade, só as rodas de liga leve e a grade com a barra prateada e o símbolo da Chevrolet dourado.
Enquanto isso, na Europa era vendido o Corsa D, que assumiu por definitivo a condição de compacto Premium. Algumas unidades foram utilizadas em testes e chegaram a ser flagradas três vezes pelo Auto REALIDADE, não para testar o Corsa em si, e sim alguns componentes que serão utilizados em alguns modelos, como o do Cobalt (já lançado) e da dupla de minivans PM5 e PM7.
O lançamento do Agile fez o Corsa ocupar importância menor na linha Chevrolet. Em 2009, ele deixou de ser oferecido com os motores 1.0 e 1.8, restando apenas o 1.4.
A Montana foi substituída por uma homônima baseada no Agile. Em 2011, Corsa Sedan (oferecido apenas na versão Premium, R$ 38 082) e Hatch (só na versão Maxx, R$ 32 436) tiveram sua produção interrompida, restando apenas os exemplares em estoque. Enquanto isso, na Europa, o Corsa D recebeu uma re-estilização (abaixo) e segue até 2014, quando deverá surgir a nova geração.
Curiosidades
- O Corsa lançado em 2002 tinha como item opcional o teto solar, item que saiu do catálogo em 2005.
- Na Inglaterra, o Corsa era vendido sob a marca Vauxhall (onde se chamou Nova na primeira geração), e em outros mercados se chamou Sail (na China, o equivalente ao Classic) e Barina na Austrália (nome hoje utilizado pelo Aveo/Sonic).
- Falando em nomenclaturas, o Corsa não poderia ser vendido no Japão sob este nome, pois havia o Toyota Corsa (vendido como Tercel nos Estados Unidos e Corolla II ou Soluna em alguns mercados). Por lá, seu nome ficou sendo Opel Vita.
- A linha SS chegou em uma única cor, Vermelho Lyra, mas já em 2006 os modelos ganhariam a opção da cor preta e cinza-chumbo.
- A concessionária Canadá Veículos (Teresina-PI) exibiu há alguns anos um Corsa C com diversas partes recortadas, para os visitantes entenderem melhor o que está “por trás” da carroceria.
- Na Argentina e no México, o Corsa tomou rumos diferentes. Na terra dos “hermanos”, o Classic sempre foi um dos modelos mais vendidos, e ele é acompanhado da versão Wagon. Já no México, virou o Chevy C2 (hatch e sedan), com frente parecida com a geração anterior do Aveo, mas teve seu fim anunciado há pouco tempo.
- O lançamento do Corsa (1994) e sua total remodelação (2002) coincidiram com dois títulos brasileiros na Copa do Mundo. Falando em futebol, a série Champ 98 (composta por Corsa, Corsa Pick-Up e S10) tinha no comercial os dizeres "3 X 0 fora o baile" - exatamente o placar da final da Copa de 1998. A favor da França...
- A última série do Corsa foi na verdade um kit disponibilizado nas concessionárias, o Energy, de 2009.
- Tanto o Corsa B quanto o C possuem um recurso de estilo em comum: o para-choque dianteiro avança pela borda do para-lama.
- Em 1995 e 1998, a Chevrolet apresentou dois carros-conceitos que não inspiraram modelos de série, mas já antecipavam a onda dos "aventureiros urbanos" que explodiria nos anos 2000: o Tonga (acima) e o Tonga SUV ou Tonga 2 (abaixo). No primeiro, havia um teto solar que podia ser aberto até o porta-malas, além da suspensão mais alta e da pintura bicolor. Já a Tonga 2 parecia uma antevisão da Palio Weekend Adventure e seu ano de apresentação coincidiu com o do VW EDP II, uma Parati "off-road" que antecipava traços da "Geração III".
- Em 2000, 1,3 milhão de proprietários de Corsa e Tigra foram convocados para um recall dos cintos de segurança dianteiros, pois o encaixe do cinto ficava propenso a desgastes conforme o uso, sendo que foram registrados 25 acidentes e duas mortes que podem estar associadas a este defeito. Foi o maior recall já realizado no Brasil.
- Em 2008 foi celebrada a marca de 10 milhões de Corsa produzidos por todo o mundo.
Corsa 1984 | Corsa Wind 1.0 1994 | Corsa Maxx 1.4 2011 | Corsa D 1.7 CTDI ecoFLEX
Motor
OHV, oito válvulas, 993 cm³ | EFI, oito válvulas, | MPFI, oito válvulas, flex-fuel, | diesel, 1686 cm³
Potência
45 cv | 50 cv | 99/105 cv | 130 cv
Câmbio
quatro marchas, manual | cinco marchas, manual | cinco marchas, manual | seis marchas, manual
Tração
Dianeira | Dianteira | Dianteira | Dianteira
Rodas
aro 13, aço | aro 13, aço | aro 14, aço | aro 17, liga leve
Peso
740 kg | 870 kg | 1029 kg | -
Porta-malas
- | 260 litros | 260 litros | 285 litros
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