O Renault Logan é um produto de grande importância, seja no
Brasil ou em sua terra natal, a Romenia. Pela linha de tempo, voltemos ao ano
2000. O presidente da Renault à época, Louis Schweitzer, planejava um automóvel
barato, conhecido como projeto X90, que aproveitasse peças de outros modelos da
marca, e que tivesse grandes dimensões. E com uma restrição: o custo de £ 5
000. Antes de nascer, o Logan virou piada, pois não condizia com a proposta de
modernização da Renault. Mas o projeto seguiu em frente, e seu lançamento no
mercado europeu se deu no fim de 2004, sob a marca Dacia, com produção na
Romênia.
O Logan não só vingou como virou o pai – quer dizer, a base
– de outros modelos da Dacia/Renault: MPV (van semelhante ao Fiat Doblò),
Furgão MPV, Pick-Up e Furgão Pick-Up, além dos novos Sandero (hatchback) e
Duster (Sport-utility-vehicle).
No Brasil, o lançamento foi em julho de 2007 (a versão 1.6
8V ficou para o final daquele ano), e desde então o modelo tem sido um dos
Renault mais importantes no mercado brasileiro, ao lado de Sandero e Clio. O
que ele tem de bom ele já mostra do lado de fora. Não se trata do estilo, mesmo
tendo sido retocado em maio de 2010, mas sim do avantajado tamanho, com entre-eixos
de dar inveja ao Chevrolet Astra.
O Auto REALIDADE compartilha da idéia geral de que o Logan
não desperta muito interesse pelas suas formas. É exagero dizer que o design
veio diretamente dos anos 1980 – ele é quadrado assim justamente para economizar,
como se vê nos vidros planos. E, após o face-lift de 2010, ficou um carro,
digamos, olhável – agora, desde o modelo Authentique, que não possui calotas de
série, o Logan possui faróis e lanternas de lentes lisas, retrovisores
diferentes entre si (no modelo anterior eram iguais, sendo o esquerdo o direito
montado ao contrário...) e cromados na grade e na tampa do porta-malas.
O interior mudou um pouco: o acionamento de vidros elétricos
é feito na porta equivalente, e não, e não mais no console, uma herança do
Clio. Isso, claro, se o Logan vier com vidros elétricos, já que o padrão é a
famosa manivela. Além disso, o acabamento em geral melhorou. E o espaço interno
é excelente para um carro da faixa de preço, sem falar no excelente porta-malas
de 510 litros, maior que o do Fiat Linea. Falando em porta-malas, aí vão duas
críticas: o banco traseiro não é rebatível, e as hastes da tampa podem amassar
a bagagem.
Essa foto saiu muito ruim. Mais abaixo, outra foto do painel de divulgação |
Para o Logan, são destinados dois propulsores: 1.0 HiFlex de 77 cavalos e 10,2 mkgf de torque, e o 1.6 Hi-Torque que gera 95 cavalos e 14,1 mkgf de torque. Quando o assunto é sedan 1.0, é aceitável a classificação do desempenho entre “menos sofrível” e “mais sofrível”... e o Logan fica no segundo grupo, junto com Siena e Fiesta Sedan. O modelo 1.6 é melhor, mas apanha dos concorrentes (tempo de 0 a 100 km/h de 13,8 segundos, contra 10,8 segundos do Siena), além de apresentar marcas ruins de frenagem, mesmo com freios ABS. O consumo é aceitável, fazendo médias de 8 km/l com etanol.
Somados prós e contras... o Logan
é um carrão (no sentido literal) pelo que custa: R$ 28 990 na versão 1.0
Authentique, R$ 30 490 para a versão 1.0 Expression, R$ 35 590 na versão 1.0 UP
completa e R$ 33 090 pedidos para a versão 1.6 Expression. A questão é: o dono
não pode se encantar com os opcionais, eles custam bem caro. O valor do pacote
que inclui ABS e airbag duplo é de incríveis R$ 7 100, quase cinco vezes o
valor do seguro! Completo, o Logan custa impagáveis R$ 42 650, suficientes para
um Symbol equipado, um JAC J3 Turin (também completo), ou um Sandero Stepway.
Avaliação Final
Logan VS. “Meu Carro”
Às vezes imagino se tivesse outro
carro. Se eu tivesse um Logan, as garotas da minha turma pensariam que eu era
taxista (se fosse Logan branco), “tio” economista (se fosse o 1.0
Authentique...) ou, no máximo, um “tio” bem sucedido, se a versão fosse a
Expression. Mas em poucos carros dessa faixa de preço quatro delas se
acomodariam tão bem (caso elas entrassem, claro...). Sem falar no enorme espaço
para suas bagagens. O Renault Logan é carro para quem não se importa com o que
vão pensar de você, e sim para quem põe o custo-benefício e a racionalidade em
primeiro lugar. Não chega a ser um carro despojado, nem inseguro (o Corsa Sedan
ou o Prisma não estão disponíveis com airbags ou freios ABS), e é bem honesto
pelo que custa.
Logan VS. “Carro do Papai”
O papai quer desfrutar do carro e
não está nem aí para isso, certo? O Logan, para ele, é um carro coerente, que
poderia vender ainda mais se fosse bonito. Melhor esperar por 2013, data
esperada para a nova geração do Logan. Para taxistas, frotistas e pessoas que
querem um carro espaçoso e que dê poucas despesas (a cesta de peças, por
exemplo, custa R$ 2795), tem no Logan a solução.
Nota Final
8,3
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