Recall do Stilo foi fruto de "confusão", afirma Fiat



A determinação do governo de forçar a Fiat a realizar o recall dos carros modelo Stilo fabricados desde 2004 foi fruto de "confusão", disse na segunda-feira à Folha o presidente da montadora, Cledorvino Belini.

Ele disse que recebeu com "muita surpresa" a decisão do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), ligado ao Ministério da Justiça, de convocar os proprietários dos carros para a substituição dos cubos das rodas traseiras. Ao todo, o recall afeta 52.474 veículos.

"Eu recebi com muita surpresa [a notícia], porque os dados que temos indicam que não há defeito nenhum nas peças. Fizeram uma confusão", disse Belini.

O recall do Stilo consiste na substituição das peças fabricadas em ferro fundido por outras feitas em aço forjado.

O recall, determinado na semana passada, baseia-se em laudo apresentado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que apontou um defeito de fabricação nas peças que pode levar à soltura das rodas traseiras do veículo e provocar acidentes.

O problema é apontado como causa de ao menos 30 acidentes, com mortes registradas em oito deles.

A Fiat deu início à convocação dos proprietários na última sexta "para atender a disposição do DPDC e deixar os clientes tranquilos", afirmou Belini. "Mas eu confirmo que não há defeito." A montadora também recebeu uma multa no valor de R$ 3 milhões, da qual irá recorrer, afirmou Belini.

O recall terá início no próximo dia 18 e vai atingir 52.474 unidades no país. A partir desta data, os proprietários poderão procurar as concessionárias da Fiat.

Belini afirmou ainda que a onda de recalls anunciada recentemente por diversas montadoras, como Toyota, Nissan e Honda, "chama a atenção pela concentração em um determinado momento". "Mas recalls sempre existiram."

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