Ford confirma venda da Volvo para chinesa Geely





Volvo S60 e Geely CK

A Ford anunciou oficialmente que fechou a venda da Volvo para a Geely Holding Group, maior montadora privada da China. Segundo a agência de notícias Reuters, a transação foi avaliada em 1,8 bilhão de dólares e será formalizada até o último trimestre de 2010.

Além de firmar a China como uma das forças emergentes na indústria automotiva mundial, o acordo põe fim a quase dois anos de negociações entre as duas empresas.

“O dia de hoje representa um marco na história da Geely”, afirmou o presidente da montadora, Li Shifu, em uma coletiva de imprensa. O executivo ainda garantiu que a Volvo Cars permanecerá com uma equipe administrativa própria, sediada na Suécia.

A Geely afirmou que já assegurou todos os recursos financeiros para assegurar o sucesso da transação, mas não descartou um possível pedido de empréstimo junto ao Banco de Investimentos da Europa. O acordo inclui a aquisição dos direitos de propriedade intelectual e dos departamentos de fornecedores e pesquisa e desenvolvimento.

Quando questionado sobre os planos da Geely em manter a linha de produção da Volvo na Europa, Shifu ressaltou a importância de manter a empresa próxima de seus principais fornecedores.

“Tenho confiança de que as fábricas de Gotemburgo (na Suécia) e na Bélgica serão preservadas a longo prazo”, disse.

Além de manter a estrutura européia da Volvo, a Geely pretende erguer uma fábrica em Pequim, que terá a capacidade de fabricar 300 mil veículos por ano.

A produção poderá ser ampliada de acordo com a demanda do mercado chinês. A projeção da Geely é ambiciosa: a empresa deseja atingir o volume de 2 milhões de unidades vendidas até 2015.

O diretor administrativo financeiro da Ford, Lewis Booth, também aprovou o acordo, mesmo diante do prejuízo de 4.6 bilhões de dólares em relação ao preço pago em 1999. Na época, a Ford desembolsou 6,5 bilhões de dólares para tomar o controle da Volvo.

“Nós acreditamos que foi um preço justo por um bom negócio”, declarou.

Com o dinheiro obtido no negócio, a Ford pretende concentrar seus esforços em suas marcas (além da Ford, o grupo detém o controle de Mercury e Lincoln).

Vale lembrar que a Ford foi a montadora que menos sentiu os efeitos da crise que atingiu o setor automotivo norte-americano entre os anos de 2008 e 2009. Enquanto a General Motors recorreu a empréstimos do governo dos EUA e a Chrysler foi comprada pela Fiat, a Ford superou as adversidades sem as mesmas dificuldades de seus rivais.

A venda da Volvo determina o fim do grupo de marcas premium montado pela Ford há alguns anos. Além da montadora escandinava, a Ford controlava Aston Martin, Jaguar e Land Rover. Todas as marcas já foram vendidas pelos norte-americanos.

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