Detalhes do Renault Sandero R.S., o hot-hatch de 150 cv


A saga dos hot-hatches no Brasil - os compactos com potência à altura da esportividade visual - iniciou em 1984 com o lançamento do Volkswagen Gol GT, que recebia o motor 1.8 do Santana (e pensar que até então o Gol persistia com motores refrigerados a ar...). Cinco anos depois, em 1989, o GT evoluíra para GTS (ou GTi quando equipado com injeção eletrônica, que dispensava o carburador) e competia com Escort XR3, que recebia o propulsor AP e o recém-lançado Kadett GS, com um motor 2.0. 

Avançando mais cinco anos no tempo, 1994 marcou a apresentação de nada menos que três compactos bem ágeis: Uno Turbo, Corsa GSi e Gol GTI 2.0 8v. Cada um tinha sua fórmula para aumentar o rendimento: 16 válvulas, capacidade volumétrica maior ou turboalimentação.

Dos anos 2000 em diante, o mercado de hatches esportivos passou para o segmento dos médios, representado por Audi A3, Golf GTI, Astra GSi e Citroën Xsara VTS. Entre as poucas opções compactas, havia o Ford Ka XR e o VW Gol Turbo, eliminados por falta de demanda do mercado. Assim, durante muito tempo, as montadoras se limitavam a oferecer "esportivados", com estilo mais atraente e a mesmíssima mecânica das versões que lhe deram origem. Fiat Palio 1.8R, Uno Sporting, Corsa SS e HB20 Spicy eram alguns destes exemplos.

A Renault, que desde 2010 oferecia a versão GT Line do Sandero - com o mesmo 1.6 e o conjunto mecânico de outras versões - resolveu radicalizar este ano com o desenvolvimento da versão R.S., iniciais de Renault Sport, divisão europeia de preparação dos modelos da marca.

Lado a lado com o novo GT Line, nas fotos abaixo, é possível notar que o R.S. é mais baixo e traz detalhes diferenciados, como o feixe de LEDs no lugar das luzes de neblina, as aberturas da grade em forma de colmeia, as capas dos retrovisores e as rodas (aro 17'' como opcionais) na cor preto-brilhante, além das lanternas com molduras pretas.




Com as alterações visuais, o Sandero passa a lembrar o Mégane R.S., hatch com estilo de cupê que apareceu no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014. A Renault acredita que o público-alvo do Sandero R.S. tem entre 28 e 35 anos, é gamer, urbano e de vida social ativa, apaixonado por automóveis, acompanhando notícias sobre carros e compartilhando com os amigos novidades sobre o mundo automotivo.



Internamente, foram promovidas mudanças para realçar seu caráter esportivo. O volante é o mesmo do Clio europeu, com revestimento em couro, costuras vermelhas e logotipo R.S. no raio de baixo. O quadro de instrumentos possui grafismos específicos e os bancos dianteiros, envolventes, trazem faixas brancas e vermelhas, com o logotipo da versão grafado nos apoios de cabeça. As saídas de ar centrais e a manopla de câmbio também tem detalhes em vermelho, os pedais são de aço escovado, e o sistema multimídia apresenta a insígnia da Renault Sport ao inicializar. O amplo espaço interno foi mantido, com destaque para o porta-malas de 320 litros.


De série, o Sandero R.S. traz equipamentos como ar-condicionado automático, sistema multimídia Media NAV 2.0 com GPS, Rádio, Bluetooth, comandos-satélite à direita do volante, comandos de telefone e entradas USB e auxiliar; ajuste de altura da coluna de direção e do banco do motorista, vidros elétricos dianteiros e traseiros com fechamento associado ao travamento das portas na chave, alarme perimétrico, descanso de pé em alumínio, dois apoios de cabeça traseiros reguláveis em altura, limitador e controlador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro e comandos elétricos dos retrovisores, com luzes de seta incorporadas.


O principal destaque entre as diversas alterações mecânicas é o motor 2.0 16v Flex, que recebeu remapeamento da unidade central de controle, coletor de admissão maior e pressão de injeção de 4,2 bar, gerando 145 cavalos com gasolina e 150 cv utilizando etanol, a 5750 rotações por minuto. O torque é de 20,2 kgfm com gasolina ou 20,9 kgfm com etanol, a 4000 rpm.

O câmbio passa a ter seis marchas, com a primeira mais curta para as acelerações - e o fôlego permanece na última marcha, uma vez que em outras transmissões, a força máxima é atingida antes da marcha final. O escape teve o diâmetro aumentado de 45 para 50 milímetros e a saída é dupla, rendendo um ronco bem esportivo.

Houve mais mudanças técnicas no Sandero R.S.. A direção passa a ser eletro-hidráulica, mais macia em manobras de estacionamento, porém com o nível de assistência elétrica reduzida conforme a velocidade; a suspensão recebeu molas 92% mais rígidas na frente e 10% mais rígidas atrás, as barras de torção ganharam 17% de rigidez na frente e 65% de rigidez atrás, e o centro de gravidade foi reduzido em 25 milímetros em relação ao Sandero de entrada, fator determinante na estabilidade do modelo.


Os freios são a disco nas quatro rodas, com ABS. Trata-se do único Sandero equipado com os controles eletrônicos de estabilidade e tração, que limitam a derrapagem das rodas e evitam a perda do controle, além do Hill Start Assist, recurso ativado em ladeiras com inclinação superior a 3%, que mantém os freios acionados por 3 segundos após ser liberado o freio de mão, para facilitar o arranque em subidas. Existem três modos de condução acionados pela tecla "R.S." à frente da alavanca de câmbio: Standard (com ESP ligado e luz indicadora de troca de marchas programada para baixo consumo), Sport (o ESP permanece ligado, mas o mapa de injeção é alterado, as respostas do acelerador ficam mais rápidas, a luz de troca de marcha passa para a condição esportiva e o ronco do motor se torna mais esportivo) e Sport +, que desativa o ESP.



Para arrematar, o aerofólio traseiro ficou 5 centímetros maior e a aerodinâmica foi melhorada, sendo diminuído em 60% o arrasto do ar, e aumentando a estabilidade na traseira. Com uma relação peso-potência de 7,74 quilos por cavalo, o Sandero R.S. acelera de 0 a 100 km/h em 8 segundos, retoma de 80 a 120 km/h em 5,9 segundos (na 4ª marcha) ou 7,3 s usando a quinta marcha, e chega à velocidade máxima de 202 km/h. Com gasolina, o Renault acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e atinge 200 km/h.


Outra vantagem do Sandero R.S. está em sua relação custo-benefício: o preço é de R$ 58 880. Como opcionais estão as rodas aro 17'' "Grand Prix", acompanhadas de pneus 205/45 mais largos, por 1000 reais (originalmente, são rodas aro 16'' "Pit Lane" com pneus 195/55). São quatro as cores disponíveis: as sólida Branco Glacier e Vermelho Vivo (sem custo adicional), e as metálicas Preto Nacré e Prata Etoile, por R$ 1360 adicionais.


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